O PPS e os palanques presidenciáveis em MT
O Partido Popular Socialista (PPS), em seu último congresso, definiu que apoiará o candidato José Serra (PSDB) para a Presidência da República nas eleições de 2010. Os pepessistas, no Brasil inteiro, não poderão montar palanque para Dilma e ajudarão construir o palanque do presidenciável tucano. Por enquanto, é só isso que está definido. Tudo o mais é especulação livre dos falantes.
Todavia, para cumprir tal determinação, muitas e muitas combinações políticas esquisitas ou não serão feitas nos estados para "preservar" o palanque do candidato a presidente. No Ceará, por exemplo, o mais provável é que o PPS componha com o PR, cujo candidato será o Sr. Lúcio Alcântara. Nas terras de Iracema, nem o senador Tasso Jereissati, tucano de alta plumagem, está à vontade porque o seu maior aliado, Ciro Gomes, é candidato à Presidência. Além disso, Ciro é irmão de Cid Gomes, atual governador, que vai para a reeleição. Tasso, Ciro e Cid sempre estiveram e estão unidos. Como o trio tem candidato à presidência (Ciro Gomes), José Serra tem dificuldade de encontrar um vão para meter sua cunha. E o PPS, como fica? Tem que apoiar Serra em outra coligação que não a do PSDB cearense.
Na Bahia, o palanque de Serra será montado pelo PMDB, da base do Lula, cujo candidato é Geddel Vieira. O atual governador, Jaques Wagner (PT), montará o palanque da Dilma, é lógico. Desse modo, a base principal do governo Lula estará dividida na Bahia, uma parte com Serra e outra com Dilma. E o PPS vai com quem para cumprir a determinação do congresso do partido? Vai com o PMDB da base do Lula.
No Distrito Federal, o maior sustentáculo para José Serra seria o DEM que "caiu em desgraça" e seu principal líder está na cadeia. Alguém já ouviu falar do PSDB no DF? Pois é, lá o PPS não sabe o que fazer.
No caso de Mato Grosso, ainda que seja um estado que não tem votos suficientes para definir uma eleição presidencial, José Serra estará muito a cavaleiro em dois bons palanques: um de Wilson Santos e outro de Mauro Mendes. O presidenciável tucano já pode até agendar e vir ao Estado, num só dia, e fazer dois grandes comícios. Um no interior e outro na capital, por exemplo.
No palanque de Mauro Mendes poderão subir a Marina Silva, Ciro Gomes e José Serra. Quanto a Dilma, ainda que a coligação tenha partidos da base do governo Lula, esta não poderá subir, porque jamais a coligação do Silval aceitaria tal afronta. PT, PR e PMDB jamais permitiriam que ela participasse de um ato político do Mauro Mendes, mesmo que fosse convidada pelo PDT, que está com Mauro, e é da base do Lula.
Bem, se todas essas conjecturas se confirmarem, José Serra terá dois palanques em Mato Grosso contra um palanque da presidenciável Dilma Rousseff. Portanto, para o ex-governador de São Paulo, o melhor que pode acontecer é o quadro político permanecer exatamente como está posto hoje.
*Antonio Carlos Maximo é professor da UFMT e membro da executiva do PPS.
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