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Uma Reflexão Necessária
Já está quase todo montado o quadro de postulantes para o Palácio Paiaguás. Podendo aparecer mais um ou dois, oriundos das siglas consideradas de pouca expressão eleitoral. Capaz de apimentar o ambiente eleitoral. Porém, tais entradas não implicam em mexer com o desenho central da disputa. Esta deve, mesmo, polarizar-se entre a ala governista, agora com duas possíveis candidaturas, Silval Barbosa (PMDB/PR/PT) e Mauro Mendes (PSB e fatias do PPS e PDT), e o PSDB/DEM. Essa briga promete. Apesar disso, entretanto, uma porção de e-mails, enviada a esta coluna, insiste na não existência de bons candidatos para o governo do Estado.
Posição não equivocada. Tudo porque a tal posição se vê acrescida com o termo “bom”. Este no sentido, certamente, de alguém com a habilidade o bastante para trazer, à mesa das negociações políticas, todas as deficiências da administração estadual. Sobretudo aquelas concernentes a educação, saúde e segurança públicas. O que exigiria, por si só, uma maneira diferenciada de encarar os problemas que afligem o Estado e a sociedade. Muitíssimo distinta da adotada até o momento. Daí a necessidade premente de um projeto alternativo de governo. Projeto alternativo, infelizmente, impossível de ser encontrado na bagagem do tucano, nem na dos representantes do bloco governista.
É ilusão se imaginar que Mauro Mendes apresenta um perfil inovador, que se contraponha com o do seu padrinho político, Blairo Maggi. Ainda que tenha migrado do PR para o PSB, passando a idéia de que cortava o seu cordão umbilical com a forma arcaica de governar, e, por isso, se coloca como uma “opção” para os eleitores. Rompimento é oportuno que se diga, planejado e viabilizado no gabinete palaciano, não quer dizer, necessariamente, mudança de postura. O empresário, na verdade, não tem o dito perfil. Tampouco o terá na época das eleições. Muito menos após sua posse, caso seja o escolhido pelo eleitorado mato-grossense. Tende-se, isto sim, a manter como livro de cabeceira o que traz como meta as iniciativas macroeconômicas.
Assim como também fará o peemedebista, por enquanto na chefia da vice-governadoria. A certeza disso é que, durante os mais de três anos, não discordou em nada do que foi e está sendo “traçado” pelo seu parceiro de chapa de 2006. Seguindo-o fielmente, a despeito de todos os desacertos registrados, por exemplo, na criação e viabilização do chamado Cisc. Não se ouviu dele, sequer, um murmúrio de descontentamento quando o “grande concurso” realizado trouxe prejuízos enormes aos cofres do Estado, e, desse modo, continuou posando-se de indiferente diante do bate-boca travado entre o governador, acompanhado de secretários, e o prefeito de Rondonópolis, colega seu de partido; bem como na elaboração e aprovação da AGECOPA, da mesma forma que se comportou com as questões do incentivo fiscal e da saúde, envolvendo o chefe da administração pública regional e o prefeito da Capital.
Wilson Santos, entretanto, igualmente não reúne condição alguma para apresentar um projeto alternativo de governo. Sua capacidade política está longe desse feito. Já demonstrada à frente da prefeitura. Mostrou-se nada habilidoso, inclusive, para tratar com a greve dos médicos e uma porção de querelas, muitas das quais provocadas pela sua curta visão política.
A mesma miopia por que passa Mauro Mendes e Silval Barbosa. Nesse sentido, está correta a opinião dos autores dos e-mails citados no primeiro parágrafo deste texto. A despeito disso, contudo, vale dizer, a briga pelo governo será forte. O tucano tem uma ligeira vantagem, e que pode se agigantar quando se iniciar o horário gratuito e os debates. Mas essa vantagem também pode ser engolida pela estratégia governista, a de subtrair-lhe votos na Baixada Cuiabana, com as questões em que se meteu a prefeitura cuiabana nos últimos anos. O jogo, portanto, não está definido. Muita coisa deve acontecer. Talvez seja nisso que aposta cada um dos concorrentes. Aposta que não deve ser a mesma do eleitorado. Pois o eleitor não deve tratar o dito o jogo como torcedor, mas sim como julgador e avaliador.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
Posição não equivocada. Tudo porque a tal posição se vê acrescida com o termo “bom”. Este no sentido, certamente, de alguém com a habilidade o bastante para trazer, à mesa das negociações políticas, todas as deficiências da administração estadual. Sobretudo aquelas concernentes a educação, saúde e segurança públicas. O que exigiria, por si só, uma maneira diferenciada de encarar os problemas que afligem o Estado e a sociedade. Muitíssimo distinta da adotada até o momento. Daí a necessidade premente de um projeto alternativo de governo. Projeto alternativo, infelizmente, impossível de ser encontrado na bagagem do tucano, nem na dos representantes do bloco governista.
É ilusão se imaginar que Mauro Mendes apresenta um perfil inovador, que se contraponha com o do seu padrinho político, Blairo Maggi. Ainda que tenha migrado do PR para o PSB, passando a idéia de que cortava o seu cordão umbilical com a forma arcaica de governar, e, por isso, se coloca como uma “opção” para os eleitores. Rompimento é oportuno que se diga, planejado e viabilizado no gabinete palaciano, não quer dizer, necessariamente, mudança de postura. O empresário, na verdade, não tem o dito perfil. Tampouco o terá na época das eleições. Muito menos após sua posse, caso seja o escolhido pelo eleitorado mato-grossense. Tende-se, isto sim, a manter como livro de cabeceira o que traz como meta as iniciativas macroeconômicas.
Assim como também fará o peemedebista, por enquanto na chefia da vice-governadoria. A certeza disso é que, durante os mais de três anos, não discordou em nada do que foi e está sendo “traçado” pelo seu parceiro de chapa de 2006. Seguindo-o fielmente, a despeito de todos os desacertos registrados, por exemplo, na criação e viabilização do chamado Cisc. Não se ouviu dele, sequer, um murmúrio de descontentamento quando o “grande concurso” realizado trouxe prejuízos enormes aos cofres do Estado, e, desse modo, continuou posando-se de indiferente diante do bate-boca travado entre o governador, acompanhado de secretários, e o prefeito de Rondonópolis, colega seu de partido; bem como na elaboração e aprovação da AGECOPA, da mesma forma que se comportou com as questões do incentivo fiscal e da saúde, envolvendo o chefe da administração pública regional e o prefeito da Capital.
Wilson Santos, entretanto, igualmente não reúne condição alguma para apresentar um projeto alternativo de governo. Sua capacidade política está longe desse feito. Já demonstrada à frente da prefeitura. Mostrou-se nada habilidoso, inclusive, para tratar com a greve dos médicos e uma porção de querelas, muitas das quais provocadas pela sua curta visão política.
A mesma miopia por que passa Mauro Mendes e Silval Barbosa. Nesse sentido, está correta a opinião dos autores dos e-mails citados no primeiro parágrafo deste texto. A despeito disso, contudo, vale dizer, a briga pelo governo será forte. O tucano tem uma ligeira vantagem, e que pode se agigantar quando se iniciar o horário gratuito e os debates. Mas essa vantagem também pode ser engolida pela estratégia governista, a de subtrair-lhe votos na Baixada Cuiabana, com as questões em que se meteu a prefeitura cuiabana nos últimos anos. O jogo, portanto, não está definido. Muita coisa deve acontecer. Talvez seja nisso que aposta cada um dos concorrentes. Aposta que não deve ser a mesma do eleitorado. Pois o eleitor não deve tratar o dito o jogo como torcedor, mas sim como julgador e avaliador.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
URL Fonte: https://reporternews.com.br/artigo/1459/visualizar/
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