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Opinião
Quinta - 07 de Junho de 2012 às 09:16
Por: Eduardo Póvoas

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Leio dias atrás no site G1 da Globo que Cuiabá é a cidade onde mais tem ruas com os número um e dois.

Imediatamente, lembrei-me da conversa que tive com um amigo de infância que à época detinha um mandato de vereador, sugerindo a ele que aproveitasse o cargo e homenageasse muitos cuiabanos e também não-cuiabanos que escreveram nossa história, nas ruas dos bairros da cidade em detrimento da numeração.

Muito antes do G1 noticiar, fiz com que ele percebesse o tanto de números de ruas existentes na cidade e a importância dessa homenagem a quem recebesse reconhecendo a justiça do ato.

Sugeri que um bairro homenageasse cantores e compositores da música popular brasileira; outro, cuiabanos ou não que derramaram seu suor ajudando esta terra a crescer; e outro com personagens do nosso esporte (local principalmente) que merecem ter uma placa com seu nome no lugar do número um ou dois.

Meu amigo achou a ideia simplesmente ma-ra-vi-lho-as, só que seu mandato terminou e sequer apresentou um projeto.

A rua ao lado da Universidade Federal extraoficialmente se chamava Rua Um, depois passou o ser Avenida Alziro Zarur e só agora, desculpem a falsa modéstia, com sugestão minha, merecidamente chama-se Avenida Edgar Vieira.

Muitos que trafegam diariamente por essa via não sabem quem foi Edgar Vieira. Para estes, informo que o sr. Edgar foi um mestre-de- obras respeitadíssimo por todos desta cidade e que era o proprietário de quase todo (senão todo) o bairro Boa Esperança.

Teve participação decisiva na construção da igreja de São Benedito que existe no bairro. Merece ou não ter essa homenagem?

Iguais a ele existem milhares à espera de um reconhecimento que outros tiveram mesmo sem nunca ter posto o pé nesta terra, como é o caso da Ponte Sergio Mota e o titulo de cidadão cuiabano outorgado ao senhor Ronaldo Caiado, que veio, a contragosto, receber.

Imaginem um cidadão como o sr. João Eugenio Pinheiro, um dos maiores pagadores de ICMS deste Estado, um dos homens que mais geraram empregos nesta cidade, sem, até hoje, receber um reconhecimento de nenhum político por tudo que deixou e fez.

Névio Lotufo, Otávio Pintor, Sebastião Figueiredo, Alaíde Addor, Bela Tabory, Profª Glacildes, Joaquim de Assis e tantos outros formam a fila de espera da ingratidão.

Ouvi de uma importante autoridade que provavelmente nosso glorioso estádio José Fragelli, o Verdão, poderá depois de pronto, pode deixar de se chamar José Fragelli.

Caso seja verdade, convoco desde hoje os cuiabanos que, como eu, imploraram ao ex-governador Pedro Pedrossian para que aqui construísse um estádio e ele foi construir em Campo Grande. Que, confirmado esse absurdo, saiamos para as ruas a exigir a volta do nome de José Fragelli à Arena Pantanal.

Gente, será que é muito difícil alguém com um mandato na mão reconhecer tudo isto?

Será que a maioria que detém esses mandatos conhece um pouco da nossa história ou faz parte da corrente que quer o fim da Secretaria de Cultura?

Se não conhece, que procure alguém da terra para auxiliá-lo e evitar homenagear Fidel Castro em Washington.

*EDUARDO PÓVOAS – cidadão cuiabano



Autor

Eduardo Póvoas

EDUARDO PÓVOAS é dentista em Cuiabá

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