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Opinião
Sábado - 16 de Janeiro de 2010 às 01:46
Por: Kleber Lima

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Chegam de Rondonópolis duas notícias curiosas sobre o estilo Zé do Pátio de Governar. Aliás, três. A primeira delas refere-se a um cheque da prefeitura que foi devolvido sem a devida provisão de fundos. O cheque fora emitido em favor do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, o SISPMUR. O tesoureiro do sindicato foi ao banco e chegou a receber o dinheiro. Quando estava contando as cédulas, o caixa pediu para ele devolver a grana, pois a conta da prefeitura estava zerada. Parece piada, mas ele teve mesmo que devolver o dinheiro. O valor: míseros R$ 4.278,89, oriundos, segundo o sindicato, da contribuição dos servidores municipais à entidade. As informações são do presidente do SISPMUR, levadas ao ar esta manhã pelo Grande Jornal Falado da Cultura e bastante exploradas pelos veículos locais de comunicação.

Não pode existir no poder público a figura do cheque sem fundos, tampouco cheque pré-datado, ou quaisquer outras dessas artimanhas que as pessoas comuns usam no seu dia a dia para superar suas dificuldades. O poder público só pode fazer pagamentos depois de realizar o devido processo do empenho, verificando orçamento, dotação e disponibilidade financeira, etc. Um cheque sem fundos de órgão público é algo que deve ser seriamente investigado pelas autoridades responsáveis, entre elas a Vara Fazendária Pública do Ministério Público.

A segunda notícia do estilo Zé do Pátio se circunscreve no mesmo domínio administrativo/financeiro. O presidente da Câmara da cidade denuncia que uma reforma da casa legislativa está com problemas de conclusão porque a prefeitura não estaria fazendo corretamente os repasses à empreiteira contratada. Diz o vereador que, como a sede da Câmara é num prédio cedido pela prefeitura, os contratos para a obra tiveram que ser feitos pelo executivo. A Câmara, garante o seu presidente, deposita o recurso na conta da prefeitura, mas, mesmo assim, a empreiteira interrompe a obra ou reduz o ritmo alegando que não está recebendo corretamente. De novo, um caso para ser analisado pelo Ministério Público.

Já a terceira notícia do estilo Zé do Pátio de governar sai da seara financeira e entra na de obras públicas. O presidente da Câmara informa que em vez de tapar os buracos da cidade, o prefeito está interditando as ruas mais comprometidas e avisando que só vai consertá-las na estiagem.

Deve estar aprendendo com seu neo-aliado tucano Wilson Santos, o prefeito de Cuiabá, mais que trairagem política. Mato Grosso só é campeão dos indicadores do agronegócio – e neste particular Rondonópolis é o principal centro econômico desse setor econômico no Estado e um dos mais importantes do país – exatamente porque, entre outras características geológicas, geográficas e climáticas, temos chuvas regulares.

O clima de Mato Grosso é caracterizado como tropical chuvoso com nítida estação seca. Cerca de 95% das chuvas ocorrem no período de outubro a abril. Ou seja, aqui - e na república de Rondonópolis também – chove regularmente seis meses do ano, todos os anos, e faz tempo. Um administrador zeloso saberia disso e se anteciparia às chuvas. Mas, pelo jeito, o Zé que o povo quis nas eleições passadas vai ficar metade de cada um dos seus anos de governo sem arrumar as ruas de Rondonópolis, esperando a chuva passar. De fato, o Zé já não mais aquele.

KLEBER LIMA é jornalista e consultor de marketing em Mato Grosso.



Autor

Kleber Lima

KLEBER LIMA é jornalista e secretário de Comunicação da Prefeitura de Cuiabá

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