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Opinião
Terça - 25 de Fevereiro de 2014 às 10:26
Por: José Luiz Laranja

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A Copa do Mundo de 2014 vai deixar uma marca negativa impressionante para os cuiabanos, ou seja, obras mal feitas que sofreram danos antes mesmo de inaugurá-las, outras, apresentaram problemas após o término, enfim, o transtorno está sendo grande.

Por solicitação da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, o CREA apresentou o relatório referente às irregularidades de todas as obras vistoriadas pelos engenheiros quanto à identificação técnica de aspectos relevantes onde foram realizadas visitas pela Comissão de Acompanhamento das Obras da Copa 2014.

"Tentarei fazer uma listagem dos trabalhos que apresentaram falhas estruturais ou erros de cronograma"

Vamos por etapa. Tentarei fazer uma listagem dos trabalhos que apresentaram falhas estruturais ou erros de cronograma, começando pela construção da Arena Pantanal, que segundo o próprio Governo do Estado, estava programada para ser entregue em outubro de 2012, porém, a lentidão e erros são o puro reflexo da morosidade dos órgãos competentes.

Depois disso, o superfaturamento na compra das cadeiras, que colocou em xeque toda a equipe da Secopa. O descrédito aumentava em torno do órgão responsável pelas obras, quando, um fogo misterioso na parte de baixo da Arena tomou conta das instalações elétricas. Será que o ato foi proposital, ou falha humana por causa da seguridade?

Mas, vamos lá, para os absurdos acontecidos nas obras de infraestrutura viária e mobilidade urbana na capital mato-grossense. Após prometer qualidade nos trabalhos de infraestrutura, o Governo do Estado enfrentou o primeiro problema nas duplicações da rodovia Cuiabá-Chapada dos Guimarães e avenida Juliano Costa Marques (região do Bela Vista) que tiveram que ser restauradas por ordem do próprio governo.

A avenida Archimedes Pereira Lima, a antiga Estrada do Moinho, já tem um trecho do novo asfalto passando por séria depreciação depois de uma semana de sua liberação. 

O viaduto da Sefaz ficou várias semanas interditado por causa uma falha de engenharia na estrutura asfáltica que nem bem inaugurou e precisou ser interditado para reparos.

Nosso passeio vai agora para o Elevado do Despraiado, que após sua inauguração, uma parte do barrando cedeu e uma das ruas laterais precisou ser interditada e, até o momento o Governo do Estado sequer resolveu o problema. Isso já faz mais de dois meses.

A situação também ficou muito crítica na ponte que liga o bairro Coophema à avenida Beira-Rio, que após três meses inaugurada, precisou ser interditada porque uma das cabeceiras cedeu.

Ufa, mas os problemas não param por ai. A trincheira da Avenida Miguel Sutil, que dá acesso a avenida Ciríaco Cândia passando pela ponte Mário Andreazza, foi alvo de debate entre os engenheiros do Crea e da Secopa.

Conforme o laudo técnico divulgado pelo CREA , as anomalias relacionadas a deformação estrutural podem ser originarias de apenas uma causa ou por um conjunto delas, estão relacionadas a erro de projeto e/ou de execução.

Para o Crea, a trincheira está condenada e a drenagem foi “mal feita”, colocando em risco a vida dos motoristas que ali passam. Por enquanto nada foi feito para reparar os erros.

Continuando nosso cronograma de visitas, vamos estacionar no Elevado da UFMT. Neste local, um dos pilares do Elevado precisou ser alterado devido aos erros grotescos de engenharia, que o construiu menor que as demais vigas. Após inauguração, o caos tomou conta dos motoristas em período de chuvas, a avenida Fernando Correa fica totalmente alagada e impossível de transitar pelo local.

Ainda sobre o Elevado da UFMT, o projeto viário não apresenta de forma clara e não está sendo implantado como deverá ser o escoamento de tráfego de veículos da avenida Brasília para a Avenida Fernando Correa da Costa, uma vez que a identificação do espaço necessário para a instalação dos equipamentos viários (pista e calçadas) é reduzido, em virtude da localização da Galeria Itália.

Para completar o giro, o trevo do Tijucal teve uma parte do muro de contenção do lado esquerdo da trincheira que integra o Complexo Viário, na Avenida Fernando Corrêa da Costa.

Isso demonstra que a engenharia da Secopa não está obedecendo as normas e, muito menos falando o mesmo idioma dos engenheiros do CREA.

Todas essas informações são realidades mostradas pelos engenheiros do CREA que notificaram e multaram a Secopa em, pasmem, SETENTA VEZES. Esses números foram divulgados pelo engenheiro do CREA, André Schuring

Diante dessas falhas, o que a população pode esperar depois da Copa? A resposta está com a Secopa.



Autor

José Luiz Laranja

JOSÉ LUIZ LARANJA é jornalista em Cuiabá

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