Parceira na dança PR vem se transformado em objeto de desejo por oposição e situação
Neste período do ano, que antecede as convenções partidárias, onde se dão as conversas sobre candidaturas e alianças, o PR/MT vem se colocando como o fiel da balança, ainda que não seja com igual desenvoltura do antigo PTB/MT, aquele dos anos 1947-1965.
Aliás, para dizer a verdade: a sigla republicana, a de hoje, vem se transformando em objeto de desejo tanto da ala governista quanto do grupo “Mato Grosso Muito Mais”. Daí o cortejar de uns, o galanteio de outros e o ar de sedutor de um terceiro. Vale tudo para tê-la como parceira na próxima dança. E esta não é qualquer uma dança, nem o local onde ela deve se realizar tem a aparência de um salão comum.
Está bem mais para um longo tablado, bastante assemelhado ao tabuleiro de xadrez, sem, contudo, simular o conflito entre dois exércitos. Pois no jogo da política, em especial na eleição majoritária, candidatos se digladiam entre si com o fim de chegar ao pódio.
Nesse sentido, a migração do PR para a oposição resultaria em dupla vitória para os partidos que sustentam a candidatura Pedro Taques. Dupla vitória porque impediria a saída do Blairo Maggi para a disputa ao governo regional, e, ao mesmo tempo, enfraqueceria a ala situacionista, assim como também o seu próprio candidato. Pois o senador é visto como o elo, e, por meio do qual, a oposição pode chegar aos empresários do agronegócio e a uma fatia do eleitorado, especialmente o do interior.
O senador republicano, no entanto, se encontra “em outra”, distante do campo de ação da oposição, embora no plenário da Câmara Alta senta-se lado a lado com o pedetista-candidato. Seu posicionamento, contudo, o faz um aliado do governo – vota com ele e se expressa à moda dele.
"Palanque que não seria possível com o “Mato Grosso Muito Mais”, cujos integrantes apenas o PDT faz parte do governo federal, enquanto os demais se colocam como oposição, inclusive com dois deles tendo candidatos próprios à presidência da República"
Isso significa que o PR não quer se desgarrar do governo Dilma Rousseff. A ponto, por exemplo, de sua maior liderança em Mato Grosso estar comprometido com o PT/Nacional. Compromisso que se estende à formação de um grande palanque para a presidente-candidata. Palanque que não seria possível com o “Mato Grosso Muito Mais”, cujos integrantes apenas o PDT faz parte do governo federal, enquanto os demais se colocam como oposição, inclusive com dois deles tendo candidatos próprios à presidência da República.
E isso, vale dizer, dificulta a tarefa do prefeito Mauro Mendes em convencer o seu amigo Blairo Maggi a apoiar a candidatura Pedro Taques.
Apesar disso, pelo menos até agora, pedetistas e socialistas continuam insistindo em ter a sigla republicana como parceira na próxima dança. Pretensão igualmente dos petistas, peemedebistas, sociais-democratas e, enfim, das agremiações consideradas nanicas, cuja sincronia com a cúpula do governo estadual se mostra um tanto estremecida, até em função da parte que lhe toca no banquete de cargos.
Diferentemente do de Platão, que não era de cargos, onde todos os atores tinham seus respectivos lugares à mesa, bem como a hora e a vez para se expressarem sobre o “amor”, o qual se distancia da relação dentro da disputa eleitoral, embora a política também seja a gestão de conflitos e de desejos.
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