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Opinião
Segunda - 12 de Maio de 2014 às 14:45
Por: Kleber Lima

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Na última sexta-feira (09/05), nas dependências da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), foi realizado o Seminário “Diálogos Governo-Sociedade Civil: Copa 2014”, com a presença do Ministro Secretário-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, autoridades do Estado de Mato Grosso e forte presença de representantes de organizações populares e de populares como um todo.

No centro da pauta, estavam os pontos fortes e oportunidades, contudo, também, os pontos fracos e ameaças da realização desse mega-evento no Brasil e, no caso, em Mato Grosso – Cuiabá, mais especificamente.

Entre os pontos fortes e oportunidades, foram citados tanto pelos componentes da mesa, quanto por alguns populares, os maciços investimentos que têm sido realizados em infra-estrutura e mobilidade nas Capitais que sediarão o evento e no entorno delas, bem como o aquecimento da economia nacional e regional, mediante geração de novos postos de trabalho e contratação de produtos e serviços do comércio já estabelecido. "Estou convicto que, em movimento, todos juntos, podemos quebrar e deixar essas correntes do período colonial, de uma vez por todas, para trás "

Além de, por conseguinte, foi destacada a possibilidade de se dar um salto quantitativo e qualitativo no setor do turismo e outras cadeias produtivas interligadas a esse bloco da economia do Brasil, que tem grande potencial de desenvolvimento, ante as belíssimas riquezas naturais e a pluralidade de biomas concentrados no País, alguns existentes somente por aqui, sem falar no nosso povo, nosso principal patrimônio.

Doutro norte, de forma natural e legítima, as criticas também sobrevieram, entre elas, a da suposta desatenção para outras áreas geográficas e da vida no Brasil e no Mato Grosso, principalmente com relação à periferia das grandes cidades e ao interior dos estados contemplados com o mando de jogos da Copa de 2014, sem falar nos estados não contemplados com o mando de jogo da Copa.

Também, foi voz corrente em várias falas a falta de diálogo e transparência do Estado brasileiro – aqui se leia: todos os entes da federação envolvidos, independente de coloração partidária predominante em cada espaço -, para com a população, bem como a violação de diversos direitos de natureza humanitária e fundamental, como o direito à vida digna de moradores de rua, imigrantes, jovens - principalmente, pobres, negros ou pardos, à soberania do país, pelas imposições da Fifa, e aos direitos do conjunto dos usuários dos serviços públicos, que reclamam da falta de acesso e da precariedade de tais serviços, com mais ênfase na área de saúde e segurança pública, todavia, também na educação, cultura e justiça, entre outras.

Quando fiz uso da palavra, a par de reconhecer o cumprimento da promessa da assessoria da Presidência da República, em promover um fórum aberto e democrático, sem censura e repressão, sem polarização partidária, em concordância com a defesa que fiz na reunião preparatória do seminário, de não se fazer a seleção dos participantes por critérios político-partidários, e, sim, convidar todos os interessados, independente da “camisa da torcida”.

Compensando um pouco a dívida ainda não inteiramente paga, gerada pela indevida interdição do direito da cidadania participar, que até aqui não havia sido adequada e razoavelmente respeitado, assim como também de concordar com vários dos pontos positivos e negativos citados tanto pela mesa quanto pelo plenário, defendi também que precisávamos sair do evento, não só com o diagnóstico, mas também com a receita, ou seja, com compromissos firmados entre o Estado brasileiro e a sociedade civil mato-grossense, por acreditar que podemos melhorar, renovar e avançar.

Por isso, defendi que algumas providências poderiam ser tomadas de pronto, como:

1. Convênio da União com o Estado de Mato Grosso, para concluir a obra do Hospital Regional localizada no Centro Político;

2. Imediata implementação dos Programas de Direitos Humanos, já pactuados entre o Governo do Estado de Mato Grosso e a Secretaria Nacional de Direitos Humanos;

3. A devida contrapartida da União devida pelo impacto da Lei Kandir sobre as finanças dos municípios de Mato Grosso;

4. A rejeição, pela base do governo, da PEC que pretende diminuir a maioridade penal, focando na promoção dos direitos e deveres das crianças e adolescentes previstos no ECA;

5. O compromisso com a revisão dos fundamentos econômicos e políticos do país, que favorecem a elite e sufocam e até matam os trabalhadores do campo e da cidade.

Apenas para concluir, foi registrado no evento que Cuiabá é a única Capital que não quis aderir aos mais médicos, e o ministro Gilberto Carvalho também declarou que o Estado brasileiro foi montado para servir a elite do país, sendo que temos que fazer um verdadeiro contorcionismo para livrar o país da opressão das correntes que impedem o Brasil de ser um país de todos.

Eu tenho fé, esperança e amor pelo poder popular, e estou convicto que, em movimento, todos juntos, podemos quebrar e deixar essas correntes do período colonial, de uma vez por todas, para trás.



Autor

Kleber Lima

KLEBER LIMA é jornalista e secretário de Comunicação da Prefeitura de Cuiabá

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