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Opinião
Quarta - 14 de Maio de 2014 às 10:37
Por: Miranda Muniz

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Não é segredo para ninguém que o grande objetivo perseguido pelo deputado Wellington Fagundes é chegar ao Senado Federal.

Sonho perfeitamente legítimo e justo, afinal, ele já acumula 6 mandatos de deputado federal, eleito com votações expressivas, o que comprova sua grande força política e eleitoral.

Sonho esse que vem sendo “adiado” por questões conjunturais. Segundo ele próprio, “teve que abrir mão da candidatura ao senado em 2010”, pelo fato do então ex-governador Blairo Maggi ter decidido concorrer a uma das vagas ao senado e a outra ter sido destinada ao PT, para viabilizar a aliança.

Neste ano, até a metade de março, havia a possibilidade do governador Silval Barbosa desincompatibilizar do cargo e ser candidato ao Senado ou mesmo do senador Blairo Maggi ser novamente candidato ao governo, o que, na prática, inviabilizaria sua pretensão de disputar a tão cobiçada vaga ao Senado.

Entretanto, parece que esse risco está desaparecendo: Silval seguirá governador e Blairo Maggi repete, como mantra, que não será candidato a governador.

Assim, abre-se uma “ampla avenida” para a candidatura do deputado Wellington “desfilar”, com possibilidades reais de transformar seu sonho em realidade, já que seu nome é praticamente consenso entre os partidos da “base aliada” e desfruta de boa aceitação nas pesquisas de opinião!

Estranhamente, ao invés de agarrar essa oportunidade e jogar todo seu peso polítiço na articulação visando a unidade do bloco governista, o deputado Wellington, numa recaída de “iniciante de político”, passa a flertar com a oposição, comandada pelo senador Pedro Taques, num jogo de alto risco.

Tal posicionamento poderá redundar num resultado indesejável. Essa aproximação com a oposição acaba, com razão, sendo considerada uma espécie de “traição” do deputado com o grupo governista.

“Traição” que também se aplica ao senador Taques, em relação à candidatura Jaime Campos, ao DEM, ao PSDB e demais aliados da aliança oposicionista.

E traição é algo reprovável em política, como bem ensinava o lúcido e de língua sempre afiada Leonel Brizola: “a política ama a traição, mais abomina o traidor”.

Aqui mesmo no Estado, está cheio de exemplos de alianças políticas do tipo “casamento de cobra com jacaré”, que os eleitores repudiaram veementemente, transformando virtuais vencedores em reais perdedores.

Por outro lado, essa insistência do deputado Wellington em acenar uma aliança com a oposição, está levando divisão a seu partido, o PR, e, muito além disso, acaba fragilizando seu nome no seio dos partidos da base da presidenta Dilma, que passam a questionar a sua viabilidade política como candidato ao senado pelo grupo.

Ademais, há um ditado da vida real que se encaixa como uma luva na política: “quem flerta com muitos durante a festa pode acabar ficando sozinho”, no final.

E aí, o sonho do “Uelton Senador” poderá virar pesadelo!

* Obs: "Uelton", era assim que um velhinho eleitor lhe chamava em um depoimento utilizado na propaganda eleitoral de 2010, e que virou sua "marca registrada".

MIRANDA MUNIZ é engenheiro agrônomo, bacharel em Direito, oficial de Justiça, avaliador federal, diretor de Comunicação da CTB/MT – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e secretário sindical do PCdoB-MT.



Autor

Miranda Muniz

MIRANDA MUNIZ é engenheiro agrônomo, bacharel em Direito, oficial de Justiça, avaliador federal, diretor de Comunicação da CTB/MT – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e secretário sindical do PCdoB-MT

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