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Opinião
Segunda - 28 de Maio de 2012 às 06:25
Por: Juacy da Silva

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A questão ambiental não apenas no Brasil mas também no mundo em geral está relacionada a vários fatores, dentre os quais podemos destacar quatro, a saber: primeiro, o crescimento acelerado da população, segundo, o processo intenso de urbanização (proporção de habitantes vivendo nas cidades em relação `a populaçao total) , terceiro, aos hábitos de consumo da população e quarto, talvez o mais importante, ao modelo de desevolvimento adotado pelo chamado mundo ocidental, mas que também tem sido adotado por todos os países subdesenvolvidos ou em processo de desenvolvimento, que não levou em consideração o fato de que a maioria dos recursos naturais são esgotáveis, vão acabar.

As consequências da combinação desses quatro fatores, aliados `a falta de consciência ecológica por parte da imensa maioria da população, a incompetência dos governantes em adotarem políticas ambientais corretas e também `a ganância do sistema econômica que tem no lucro sua motivação maior e nesta busca de lucro jamais colocou valor no aspecto ambiental têm contribuido, ainda hoje, para a destruição e degradação do meio ambiente de forma acelerada.

As consequências desta relação não harmoniosa entre homem e natureza tem provocado vários problemas graves como o lançamento de bilhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera e outros gases que provocam o efeito estufa e afetam o clima, o regime das chuvas, a destruição do solo, a desertificação, a morte de rios, lagos, lagoas e até mesmo os oceanos e das matas.

Recentemente uma rede de TV brasileira em um programa de grande audiência chamou a atenção dos telespectadores sobre a questão da capacidade de suporte que o planeta terra pode ter. Na reportagem foi dito que se fossem considerados os padrões de consumo da Índia, de Bangaldesh ou outros países bem pobres o mundo poderia chegar até 15 bilhões de pessoas. Caso a referêcia fossem os Estados Unidos ou outros países do G7 ou da Europa em Geral, a capacidade de suporte da terra não seria mais do que 1,5 bilhões de habitantes.

Em 1900 a população mundial era de 1,65 bilhões de pessoas, passando para 2,5 bilhões em 1950, para 6,1 bilhões em 2000, em 2010 atingiu 6,8 bllhões e as projeções indicam que em 2020 seremos 7,6 bilhões e em 2030 serão 8,2 bilhões de habitantes.

O rítmo de crescimento na primeira metade do século 20 foi de 50,4 milhões de habitantes por ano, na segunda metade do século passado foi de 71,0 milhões ao ano e entre 2000 e 2030 este rítimo será de 75,3 bilhões de habitantes por ano. Isto é, só o crescimento liquido, descontando-se a mortalidade, seja a natural, por guerras e violência ou por desastres naturais.

Aqui cade um destaque ao papel da política demográfica da China que permite a cada casal ter apenas um filho/a. Este fato contribuiu, segundo especialistas na área demográfica, para que mais de 400milhões de pessoas viessem a nascer e aumentar ainda mais a pressão populacional sobre os recursos naturais do planeta.

Todavia, existe um imperativo ético em relação `as condições de vida que as pessoas devam ter. A busca do equilíbrio ambiental, ou seja, a redução da pressão demográfica e conômica sobre os recursos naturais como o solo, sub-solo, os corpos hídricos (rios, lagos, lagoas, mares e oceanos) necessários para prover alimentação, energia, matérias primas e insumos para atender as necessidades humanas e também ao apetite por lucro do mundo econômico, não pode ser invocado para continuar mantendo mais de 1,1 bilhões de habitantes vivendo na mais absoluta miséria e mais outros 2,5 bilhões que praticamente sobrevivem`a margem da economia de mercado.

Segundo estudos da FAO/ONU a produção mundial de alimentos precisa aumentar em 70% até 2050, quando o mundo deverá atingir 9,2 bilhões de pessoas, considerando o ano de 2008 como refrência. A produção de cereais deverá aumentar de 2,1 para 3,1 bilhões de toneladas anuais e de carne de 200 milhões de toneladas anuais para 470 milhões de toneladas. Só com cereais e carnes serão necessários mais 120 milhões de ha de novas áreas, excluindo outros insumos como florestas, minerais e energia.

Portanto, é fundamental que a questão ambiental seja discutida e encarada de um ponto de vista macro-econômico, social e politico e não apenas de forma um tanto simplista ou meramente em função das tecnologias adotadas no relacionamento homem x natureza.

Voltarei ao assunto oportunamente.

JUACY DA SILVA, professor universiário, fundador, titular e aposentado UFMT, articulista de A Gazeta. Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.zip.net Twitter @profjuacy



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