Segundo turno? Pesquisa do Datafolha remete a decisão do pleito para a segunda etapa
Mais uma pesquisa de intenção de votos para a presidência da República. É a primeira depois das convenções partidárias.
Nela, realizada pelo Instituto Datafolha e publicada na quinta-feira (17/07), fica clara a realização de segundo turno.
Neste, a petista também não encontraria facilidades, pois, de acordo com os números do simulado, ela tem 44% contra 40% do tucano, registrando assim quase um empate técnico. Isso significa que a disputa poderá ficar ainda mais acirrada, sobretudo a partir do horário político-eleitoral (19/08).
Justifica-se, então, a preocupação da equipe de campanha da presidente-candidata. Equipe que se encontra dividida: de um lado, quem defende comportamento moderado da candidata; e, do outro, os que advogam o partir para cima da oposição.
A petista, por enquanto, parece seguir a recomendação do primeiro grupo, até com o fim de conquistar a simpatia de parte dos indecisos, os quais saíram de 11% para 14%, e dos 13% que optam pelo voto branco/nulo.
Tarefa nada fácil. Afinal, a presidente tem bastante dificuldade em demonstrar-se simpática, ou mesmo parecer-se como tal. Eis, aqui, um grande problema. Porém ainda não explorado pela oposição. "Na pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha e publicada na quinta-feira (17/07), fica clara a realização de segundo turno"
Esta, na verdade, patina na pista ensaboada da incapacidade e da falta de habilidade com o jogo político.
Bem maior é a do Eduardo Campos, que não soube se desvencilhar das amarras que o prendem ao lulismo.
Daí a sua oscilação entre 9% e 8% das intenções de voto. Índices que já deveriam ser maiores.
Primeiro, em razão de sua suposta projeção política no Nordeste; segundo, por ter trazido para junto de si, em um lance de esperteza, a fundadora do partido Rede Sustentabilidade; e, terceiro, por contar com o menor índice de rejeição (12%), entre os quatro maiores postulantes. O pastor Everaldo tem 18%; o Aécio Neves, 17%, e a Dilma, 35%.
A rejeição da petista é, de fato, preocupante para sua equipe de marketing. Sobretudo, quando se sabe que o número da rejeição serve de entrave para crescimento da candidata.
E isto amplia de complicação no instante em que se depara com a alta percentagem dos brasileiros que consideram seu governo ruim ou péssimo (26%).
Bem próximo dos 32% que o acham ótimo e bom, mais distante dos que o classificam como regular (38%).
O cenário, contudo, não lhe é de todo desfavorável. Isso porque o tucano tem problemas - tanto dentro do ninho quanto fora dele - para resolver. Juntou-se a Aluízio Nunes, candidato a vice, amigo do Serra e do Alkimin, mas está longe de atrair os eleitores do PSDB paulista.
Sua campanha em Minas Gerais também não atravessa um bom momento. Pode crescer, mas não por ora. O que explica seus 20% de intenções de voto. Número pequeno se comparado com o da presidente.
Aquém do necessário, apesar do seu desempenho em um eventual segundo turno, quando atinge 40% no confronto direto com a petista, e este índice pode ser elevado, caso consiga o apoio dos candidatos de oposição, em especial do socialista, da Marina Silva e do pastor Everaldo.
Tarefa nada fácil. Tamanho são os interesses particulares no jogo.
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