Construção de escolas É de doer: só 36% das unidades públicas têm sistema de esgoto
É de doer, mas apenas 36% das escolas públicas brasileiras tem sistema de esgoto encanado. E, para piorar, metade desses 36% só tem uma fossa.
A pesquisa está no Censo Escolar de 2013 elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
Nas escolas particulares se tem 83% de sistema de esgoto.
O aluno de escola pública e o pai não reclamam de um melhor serviço sanitário porque, no geral, não os tem em sua rua e muitas vezes em sua casa.
É costume falar mal do ex-presidente Hugo Chaves da Venezuela, mas na área de construção de escola ele merece ser citado como exemplo. Ele exigiu trabalho de qualidade das empreiteiras.
Sua tese, que o Brasil deveria copiar, era que o aluno pobre, que mora em casas precárias, teria que entrar em escolas que os fizessem sentir vontade de ter no futuro o que aquela oferecia em conforto e higiene.
As escolas, de tempo integral, têm gramados, flores, quadras esportivas, sistema sanitário de primeira, água tratada. "É costume falar mal do ex-presidente Hugo Chaves da Venezuela, mas na área de construção de escola ele merece ser citado como exemplo. Ele exigiu trabalho de qualidade das empreiteiras"
O aluno, que convive anos num lugar assim, vai ser critico de governos relapsos com a educação e pedir o que entende que é seu direito. Os seus pais não tiveram essa oportunidade.
O Censo 2013 analisou ainda a existência de internet, bibliotecas e outros itens nas escolas públicas e privadas. Aquelas levam um baile dessas.
Mostra ainda que apenas 19% das escolas públicas tem acesso para deficientes. Nem vou entrar por aí, volto à questão das construções de escolas.
Não sejamos inocentes, a coisa funciona em escolas e tantas construções para o setor público na conhecida malandragem entre empreiteiros e agentes públicos.
A escola, como exemplo, foi licitada por um milhão de reais. Sai 20 ou 30% para os esquemas e o material para construir aquela escola,que deveria ser aquele especificado na licitação, muda para outros de qualidade inferior.
O fiscal de obra, em sua maioria, é parte do esquema. Empresários contam às risadas que muitas vezes o fiscal pede que eles façam o relatório da obra. Ele só assina. Alguém já ouviu alguma vez se algum empresário, dos tantos que fazem obras de má qualidade, foi condenado? Não tiram dele nem a próxima licitação.
Se houver problema, ele muda o nome da empresa, com outro CNPJ. E a lei deixa.
É besteira a alegação de que a empresa que fez a construção tem cinco anos para concertar seu erro. Empreiteiros riem disso, sua defesa está no projeto executivo.
Quem o faz é o poder público, é muito fácil para uma empresa em juízo provar que o projeto era incompetente. A empreiteira se safa sempre.
Por que não passam o projeto executivo de escolas e presídios para as empresas fazerem, como nas obras da Copa e das olimpíadas?
Se der erro a culpa é de quem fez o projeto.Se errar no projeto não pode nem pedir aditivos.
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