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Opinião
Terça - 05 de Agosto de 2014 às 09:09
Por: Ubiratan Braga

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Práticas enganosas e abusivas veladas pelos fornecedores no mercado de consumo em Mato Grosso é uma coisa, como diria Faustão, ‘de louco meu’. Parece cômico, não fosse uma palhaçada ao pé da letra. Minha indignação, desta vez, é contra esses abutres tomando como referência, os preços cobrados nas rodoviárias e aeroportos espalhados por esse Estado.

Nesse sentindo chamo a atenção do órgão de proteção ao consumidor: o PROCON estadual e os municipais. Informo que fiz um levantamento nos intragáveis e irritantes lugares ao longo da BR-070 (Cuiabá/Cáceres) e da BR-174 (Cáceres-MT/Vilhena-RO) na divisa estadual. Na pauta da pesquisa: preços do cafezinho, prato feito, rodízio, água mineral, pão de queijo, esfirra, quibe, coxinha, biscoitos e até os custos para usar os fétidos e bacteriados banheiros, que na cara de pau chamam de WC’s, toiletts.

Por acaso você leitor já comprou uma coxinha ou esfirra no Aeroporto Marechal Rondon? Já comparou o sabor do quibe na rodoviária de Cáceres com os vendidos nesse aeroproto e na ‘rodô de Vajú? Tem coragem de pagar R$ 1.00 num minúsculo queima dedo copinho de café? Paga R$ 5.00 na coxinha de frango, quer dizer de trigo? Informo que nesses lugares os produtos tem a mesma semelhança: caríssimos com qualidade intragável e desconfiável.

Em meu levantamento, os salgadinhos na maioria dos pontos de embarque e desembarque custam R$ 4.00/unidade. A água mineral garrafa com 500 ml, R$ 3.00. Na soma lógica, duas garrafas desse produto chegam à monta de R$ 6.00. Ou seja, um litro de água custa o dobro de um litro de gasolina. E aí PROCON, isso tem lógica? Ligo no 151 para reclamar e ninguém atende, como eu imaginava. Mais, se alguém encontrar carne num quibe de R$ 3.00 comemorem. Se for dar uma ‘mijadinha’, levem moedas e das grandes e esgote todo o canal.

Por acaso os investimentos infraestruturais remetem aos supérfluos? Se sim, então justifica o comércio no aeroporto cobrar o ‘olho da cara’, visto avião ser sinônimo de riqueza. Na simplicidade das rodoviárias os preços devem ser baixos e a qualidade ainda mais, pois andar de ônibus, dizem, é sinônimo de pobreza.

‘Sêo’ PROCON, se essa superintendência é estadual está na hora de sair dos gabinetes e circular nesses ambientes emporcalhados e para robustecer se forem fiscalizar, os atendentes das lancherias no aeroporto e nas rodoviárias alegam elevados valores dos aluguéis. Por isso, descontam na gente.

A área de direito do consumidor teve iniciadas suas ações em 1983 com a criação do Grupo Executivo de Defesa do Consumidor presidido por Ana Angelina Vaz Curvo, á época, procuradora do Estado. Virou órgão em 1986 - gestão do governador Júlio Campos, cuja missão, até hoje, é formular e implantar políticas públicas voltadas para a proteção e defesa do consumidor. Mesmo hoje havendo os Procon’s municipais, não vejo uma ação contra esses abusos aos cidadãos, em sua maioria, viajantes de baixa renda.

Pergunto: como proteger o cidadão quanto a direitos na relação de consumo sem a devida ferramenta de conferência dos preços? Porque esses comerciantes nos aeroportos e rodoviárias chegam a majorar preços até 500%? Se defendendo alegam elevados preços dos aluguéis do ponto. Ora, não há órgão regulamentador para essa classe tambem?

A meu ver, falta fiscalização há muito tempo. Será preciso alguém denunciar para o PROCON atuar? Se for, peguem esse artigo como instrumento de defesa coletiva.



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