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Opinião
Quinta - 26 de Dezembro de 2013 às 15:10
Por: Adamastor Martins de Oliveira

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A história, pedagoga maior, vem nos acudir neste momento quando forças conservadoras ainda teimam e persistem em adulterar a realidade, sempre em seu favor.


 
Daqui a alguns meses, em 01 de abril de 2014, terá se passado meio século do dia em que se consumou o golpe de 1964, quando o Brasil mergulhou em terríveis trevas, com apoio de frota americana estacionada no litoral do Espírito Santo e com a traição do general do terceiro exército brasileiro, único que declarava apoio ao Presidente, mas que dias antes do golpe se vendera ao Tio Sam por um punhado de dólares em uma mala.


 
Golpe que foi construído e elaborado com mentiras plantadas e reiteradas à exaustão pela grande mídia à época, que é a mesma de hoje. E para que se consumasse e para que perdurasse, além do nome, até a data do golpe teve que ser cuidadosamente alterada, pois onde se via e se sentia um golpe violento, sangrento e antidemocrático, chamaram-no de revolução e o que ocorrera efetivamente no dia da mentira, pelo simbolismo da data, os golpistas vendidos resolveram comemorá-lo um dia antes, no dia 31 de março, sendo que sua consumação só se deu no dia seguinte, pois Jango só deixou Brasília no dia primeiro, dia em que se consumou o golpe, portanto, e apenas no dia dois de abril é que outro vendido, este do Legislativo, ilegalmente, declarou vago o cargo.


 
Cargo que merecidamente foi devolvido na semana passada pelo Congresso brasileiro, apesar da insolente falta de aplausos por parte dos comandantes das três forças durante a solenidade, insolência merecedora de todo o nosso repúdio.


 
Agora, com a restauração das forças democráticas e populares no Brasil, remanescentes do que restou dos propósitos do governo João Goulart, com as mesmas reformas e mudanças em favor dos mais pobres que tem se dado de forma lenta e gradual, mas que mesmo assim, descontentes com essas reformas, os mesmos que emergiram das mesmas podres profundezas, os mesmos mentirosos, apenas rejuvenescidos por táticas de guerrilha eletrônica, recomeçam sua epopéia Goebbeliana.


 
Onde antes se manipulava a opinião pública primordialmente por meio dos jornais escritos apenas em papel e emissoras de rádio, agora, além desses meios, tentam manipular os brasileiros com uso ostensivo da moderna mídia eletrônica (televisão e internet) instrumentos e ferramentas muito mais contundentes e eficazes.


 
A principal mentira e que ainda se tenta incutir nas cabeças dos menos informados é de que João Goulart - assim como Lula ou Dilma hoje - tivesse a intenção de implantar o comunismo no Brasil, algo que só quem desconhece totalmente a história pode conceber, pois Jango era à época um grande latifundiário com muitas fazendas, uma delas tinha mais de 80 mil hectares, aonde chegava a engordar mais de 20 mil cabeças de gado. Seria como se Blairo Maggi quisesse implantar o comunismo se chegasse à Presidência da República. Pura idiotice de quem acredita realmente nisso, coisa mesmo dos Trolls, Orcs, Ogros e Trasgos.


 
Mas nem fatos como esses, que insultavam e insultam a inteligência de qualquer um, fizeram com que a mídia - desesperada com àquelas recentes conquistas populares e temerosa de que as reformas chegassem a atingi-la, como atualmente teme - desistisse da contenda, com vitória obtida apenas talvez porque Jango e seus mentores mais próximos (Darcy Ribeiro, San Tiago Dantas, Celso Furtado, Leonel Brizola, Paulo Freire, Miguel Arraes, entre outros expoentes reformistas brasileiros) tenham desistido da luta armada por temerem uma guerra civil fratricida, que poderia levar à morte milhões de brasileiros.


 
E hoje os túmulos desses heróis são revirados, uns, como o de Jango, por boas causas, para descortinarmos verdades quase óbvias como parece ter sido o seu assassinato e de diversos líderes mais, no âmago da Operação Condor. Outros, pelos próprios sepultados, que de dentro de seus jazigos devem estar se mexendo e remexendo, vendo seus partidários e herdeiros, como Pedro Taques e Eduardo Campos, traindo seus ideais apenas pelo desejo de mais poder, declarando, só agora depois de eleitos, suas reais inclinações à direita, antes escondidas por detrás do apoio interesseiro à presidenta Dilma em 2010.


 
Alerto, entretanto, a todos esses traidores e a todos àqueles que pensam ser possível uma nova jornada golpista, que os tempos são outros e que, embora ainda não tenhamos o acesso democratizado às concessões de Rádio e de TV, algo que espero seja uma das muitas reformas necessárias a ser proposta pela presidenta Dilma em seu novo mandato, temos a democracia informativa da Internet e que me permite, inclusive, fazer chegar este texto até vocês.


 
Se serve de consolo, também àquele a quem devemos muitas homenagens, principalmente nesta data natalina, sofrera muito com mentiras, mas a sua luta não foi vã, pois suas iluminadas palavras em favor dos mais pobres são lembradas e celebradas há mais de dois mil anos e hão de ser por muito mais tempo ainda.


 
E inspirando-me em tudo que disse Jesus Cristo e também, e porque não, no que disse João Goulart no seu famoso discurso no Rio de Janeiro, em 13 de março de 1964, na Central do Brasil, (http://www.institutojoaogoulart.org.br/conteudo.php?id=31), desejo-lhes um Feliz Natal.
 
 
Adamastor Martins de Oliveira – Engenheiro e Advogado em Cuiabá-MT
adamastorm@yahoo.com.br


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