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Opinião
Domingo - 10 de Agosto de 2014 às 23:45
Por: Kleber Lima

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Apelo comercial à parte, adoro o Dia dos Pais, ainda que o meu tenha se despedido num domingo assim de homenagens. Muito mais que a saudade do ‘seo João’, prefiro cultivar a alegria de ter tido um pai, no exato sentido da palavra, com erros e acertos. Nas últimas décadas, o papel do pai (e da mãe também) na sociedade passou por transformações profundas e toda reflexão merece prudência. Vale refrescar a memória, lembrando que ganhamos de nossos pais o bem mais precioso desta terra de meu Deus, que é a nossa própria vida. Simples assim e com dose generosa de gratidão.

Divergências entre pai e filhos são comuns e se repetem a cada geração. Conflitos normais de quem vive em épocas diferentes, não fosse o fato de se dar atenção demasiada ao controverso. Quanto amor, sabedoria e paciência acumulados ao longo dos anos formam uma pessoa, constroem uma personalidade? Na somatória, sobram mais defeitos ou qualidades? Seremos capazes de colocar tudo isso numa balança e pesar com equilíbrio? Será que deixaremos de pensar que o pai do vizinho ou do amigo é sempre melhor? Mais bonzinho, carinhoso, bem-sucedido.

Claro que existem pais e pais, com atitudes e convicções próprias. Da mesma forma como se têm filhos e filhos. Amorosos, distantes, egoístas ou solidários. Filhos incapazes de evoluir não reconhecem que o ‘defeito de fábrica‘ muitas vezes não está no fabricante, mas naquele que manuseia o produto. Um pai dá ao filho o que considera melhor, porém nem sempre isso é recebido como o suficiente. Reconhecer que foi feito o possível é um passo para se unir pai e filho eternamente.

Estudiosos acreditam que os filhos que excluem os pais de sua vida têm grandes chances de fracasso pessoal e profissional. Embora os papéis de pai e de mãe estejam se adaptando aos novos modelos de família, a figura paterna possui características peculiares, difíceis de serem substituídas. E é bom que se diga: a falta de diálogo entre pai e filhos não justifica determinadas atitudes. Pai precisa saber chegar no tempo do filho, mas filho também precisa aprender a alcançar o pai.

O exercício de se colocar no lugar do outro costuma ter eficácia, se as duas partes estiverem abertas. Buscar harmonia nesta relação requer cuidados especiais. Na verdade, a família de hoje deve cultuar o amor que os uniu um dia perdido no passado. Jamais ignore a grandiosidade desse amor. Se o seu pai está perto, bem à mão, fale o quanto ele é fundamental para você. Vá além. Chegue bem juntinho dele e diga um sonoro ‘eu te amo’. Reflita! Sempre há tempo para mudar e aproximar de quem amamos. Quisera eu apertar aquela bochecha e dar um sonoro beijo hoje no meu João.

MARGARETH BOTELHO é jornalista em Cuiabá.



Autor

Kleber Lima

KLEBER LIMA é jornalista e secretário de Comunicação da Prefeitura de Cuiabá

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