Religiosos de ocasião
Nunca a festa de São Benedito contou com a presença de tantos políticos como a deste ano.
Os homens da “inteligência” dos candidatos majoritários tiveram muito trabalho em projetar caminhos para que inimigos políticos não se encontrassem, provavelmente com o auxílio de uma tecnologia avançada com apoio de
satélites.
Será que essa gente especializada em enganar seres humanos tem a pretensão de iludir devotos de São Benedito com suas presenças nesta festa que traduz toda a nossa fé católica?
Esse desfile hipócrita é espontâneo, ou uma exigência de velhos novos marqueteiros?
Fazem o papel de verdadeiros gigolôs da fé alheia. Percorrem, feito Rei Momo, todas as festas religiosas, com o único objetivo de conseguirem o voto de seus fiéis.
Tenho minhas dúvidas sobre a eficácia dessa busca de crenças. Enfim, isso é o que presenciamos na semana do santo preferido dos cuiabanos.
Como os políticos não têm, na grande maioria das vezes, ideologia, pratica-se uma espécie de adultério eleitoral, abrindo seus palanques a dois ou três candidatos à Presidência da República ao mesmo tempo e, acham que na
religião essa metodologia funciona.
Envolver política com religião é eticamente lamentável, mesmo sendo uma prática usada desde que o mundo é mundo.
No mínimo é um sinal de atraso e péssimo exemplo para a nossa gente de muita fé.
A cultura religiosa não é produto de convenções partidárias, difíceis de serem entendidas. Muito menos de acertos espúrios cuja meta é o poder político.
A religião faz parte da nossa formação ética e moral, mas, infelizmente, é motivo de exploração daqueles que tem fé em alguém ou em alguma coisa. Cuidado candidatos com o andor, pois o santo é de barro!
Devemos louvar os nossos santos com pudor e respeito e não profanar seus santuários com suas indesejadas presenças politiqueiras.
Política é política, e deve ser exercida no seu palco, que hoje é o meio de comunicação.
Religião é demonstração do belo sentimento da fé.
Gabriel Novis Neves
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