Pistas ensaboadas Dificilmente, o retrato das urnas do dia 5 de outubro será diferente do que já se tem, via pesquisa
As disputas eleitorais estão na derradeira fase. Nesta, ao contrário do que se poderia ter, ocorrem às acusações mútuas, acompanhadas de plantações de notícias.
Quadro lamentável, pois empobrece bastante o tablado da política mato-grossense. Estranhamente defendido por alguns, em especial gente que se encontra no meio da campanha, sempre com a argumentação de que tudo isso é próprio desta fase.
Pode até ser. Mas bem que deveria ser de outro modo, com o embate de ideias, de projetos e visões diferenciadas sobre as realidades do Estado.
O que atrairia, sem dúvida, maior atenção do eleitorado, e possibilitaria a este escolher a melhor das opções, não ficar preso entre a ruim e a péssima alternativas.
A situação só não se encontra pior porque a maioria dos eleitores não estuda, nem analisa os lances da disputa eleitoral. Pois, se assim ela o fizesse, notaria a falta de uma variação de estratégias dos candidatos. "No quadro atual, dificilmente o retrato das urnas do dia 5 de outubro será diferente do que já se tem, via pesquisa."
Falta que é substituída pelas agressões com palavras, em uma tentativa de desqualificar a pessoa dos adversários. Isso é revelador.
Revela o despreparo e a ausência de conteúdo de quem se vale desta artimanha. Pois quem está preparado, sempre atacaria as ideias e as propostas apresentadas pelos concorrentes, nunca a pessoa destes.
Esse tipo de desqualificação em nada contribui para a desconstrução da imagem do outro. Equivocam-se quem pensa de maneira diferenciada. Mas tornam os ‘agressores’ ainda mais iguais entre si.
Detalhe desconhecido pelo Wellington Fagundes e pelo Rogério Salles, bem como por suas equipes políticas e de marketing.
Tanto que esses dois candidatos ao Senado abriram mão da tática do propor, preferindo o bate-boca. Bate-boca que certamente favoreceria a um terceiro candidato, a exemplo do que aconteceu nas eleições de 2010, com o Pedro Taques aproveitando-se das brechas provocadas pela briga desmedida entre o Carlos Abicalil e o Antero de Barros.
Acontece, porém, que inexiste - na atual disputa - esse terceiro nome, com potencial eleitoral o bastante para atrair a camada de eleitor descontente com a atuação do tucano e do republicano.
O Rui Prado e o Gilberto estão longe de se apresentarem como tal. Por conta disso, as acusações desnecessárias e sem importâncias continuarão preenchendo os espaços do horário político do Wellington Fagundes e do Rogério Sales.
Acusações que também podem ser vistas e ouvidas nas propagandas políticas dos candidatos ao governo do Estado. Isso é ruim.
Mesmo que inexista alternativa para os candidatos governistas, uma vez que se encontram lá atrás nas pesquisas de intenções de votos. Daí a tentativa de encurralarem o Pedro Taques, até para desequilibrá-lo. E o tal desequilíbrio, ou o início dele, pode ser percebido quando o líder dá atenção às provocações e/ou revida as agressões.
O que abre toda uma situação favorável ao Lúdio Cabral e ao José Riva. Sorte do pedetista é que o ex-vereador-candidato e o deputado-candidato são incapazes de aproveitar a dita situação. Por isso patinam na pista ensaboada pelas obras inacabadas, com seus patins presos em meio às ilhas criadas pelos desacertos do governo estadual.
Diante disso, dificilmente o retrato das urnas do dia 5 de outubro será diferente do que já se tem, via pesquisa.
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