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Opinião
Sexta - 12 de Dezembro de 2014 às 13:33
Por: Renato de Paiva Pereira

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O Conselho Nacional de Justiça está precisando tomar algumas providências contra algumas de suas crianças mimadas. Elas são birrentas e, quando contrariadas, adoram dar chilique. O pior é que, ao contrário das crianças normais, têm grande poder de causar danos, principalmente a trabalhadores humildes que as atendem.

Há poucos dias, aquele juiz do Rio de Janeiro, por não ver reconhecida sua “divindade”, deu voz de prisão à agente de trânsito que o multou em flagrante irregularidade porque ela teve o topete de afirmar que “juiz não é deus”.

Agora outro magistrado, desta vez do Maranhão, Marcelo Baldochi, mandou prender funcionários da TAM que, cumprindo as normas da Aviação Civil, impediram o meritíssimo de embarcar, porque chegou atrasado. Ele queria simplesmente que o piloto desobedecesse as leis da aviação, interrompendo a rotina de decolagem para aguardá-lo.

Além disso, consta de relato de testemunhas que fez o maior escarcéu, invadindo a área dos funcionários e humilhando-os aos gritos, usando palavras grosseiras e vulgares.

Segundo notícias de jornais e sites, a TAM está aliviando a barra do magistrado, assumindo a condução do episódio, ao invés de estimular e custear ações judiciais dos funcionários humilhados. Consta que a empresa impediu as vítimas de registrarem boletins de ocorrência. "O Conselho Nacional de Justiça está precisando tomar algumas providências contra algumas de suas crianças mimadas. Elas são birrentas e, quando contrariadas, adoram dar chilique"

Os funcionários da TAM, em solidariedade aos colegas, deveriam exigir da empresa uma posição mais firme. Se não for por respeito, que seja, pelo menos, para se precaverem de outros “bem-te-vis do ânus red” que se acham a quintessência da humanidade.

Que tal uma manifestação em todos os aeroportos do país, mostrando para à sociedade brasileira o absurdo que é uma autoridade que tem por obrigação aplicar a lei, se julgar acima dela? Não precisa de paralisação, basta uma singela mensagem pregada no uniforme de trabalho.

Um juiz não tem a competência de mandar prender alguém a não ser dentro dos processos que julga. Também a Polícia não deve receber ordens de quem não pode fazê-lo legalmente.

Temos então várias extravagâncias: 1) Quem não pode (o juiz), manda prender; 2) o que prende (polícia), recebe ordem de quem não tem competência para mandar; 3) as vítimas (funcionários) é que são levadas para delegacia; 4) o patrão dos injustiçados (TAM), servilmente, acomoda o agressor em outro voo, enquanto os seus servidores são ouvidos pela polícia. E ainda, pasmem!: 5) a TAM impede os desrespeitados de fazerem boletins de ocorrência.

Segue um humilde conselho aos funcionários vítimas da grotesca arrogância e do inusitado destempero: a) Denunciem o juiz ao CNJ, b) processem o mesmo pelos xingamentos, humilhações e ameaças, exigindo reparação pelos danos morais; c) acionem judicialmente a polícia pela equivocada ação de levar a vítima à delegacia e deixar o agressor livre; d) responsabilizem a TAM por omissão de socorro (não defendeu seus funcionários contra a vil ação do juiz e da polícia).



Autor

Renato de Paiva Pereira
renato@hotelgranodara.com.br

RENATO DE PAIVA PEREIRA é empresário e escritor em Cuiabá

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