As posses Na festa de Taques, houve deslizes imperdoáveis, mas ninguém fez nada para evitá-los
A posse é um ritual, simbologia e representação. Foi isso que se viu na quinta-feira (01/01) pelo Brasil afora. Necessária e imprescindível.
Mesmo que o cerimonial cometa gafes imperdoáveis, e como as cometeu.
Fogos quando o governador ainda discursava no Centro de Eventos e o descuido com a tradição e o usual na chamada dos que foram empossados nas secretarias, com o Chefe da Casa Civil, equivocadamente, encabeçando-a, e com direito a discursar.
E por aí vai, às derrapadas, somadas ao não cumprimento do horário previamente estabelecido. Este é um detalhe negativo bastante comum em todos os momentos do país, sejam eles particulares ou oficiais.
E, nestes últimos, a situação fica bem pior, com a repetição infindável do nome de cada autoridade presente, ignorando o fato de que ela é uma convidada como qualquer outra pessoa no evento.
Tais deslizes são imperdoáveis. Mas, estranhamente, ninguém faz coisa alguma para evitá-los. "A posse é um ritual, simbologia e representação. Foi isso que se viu na quinta-feira (01/01) pelo Brasil afora. Necessária e imprescindível. Mesmo que o cerimonial cometa gafes imperdoáveis, e como as cometeu"
Certamente para não magoar o grã-fino, que sente o próprio ego massageado ao ouvir e ‘sentir’ o seu nome ressoar, a exemplo de uma melodia, pelo recinto da cerimônia.
Isto, felizmente, não desviou a atenção sobre as figuras centrais da ‘festa’ tanto na Assembleia Legislativa quanto no Centro de Eventos do Pantanal. São eles o governador e o vice-governador, tendo como coadjuvantes os escolhidos para chefiar as secretarias.
No Parlamento, aliás, era notória a situação de desconforto entre o presidente José Riva e o governador Pedro Taques. Nem mesmo a piada sobre a mudança da data de posse, contada pelo anfitrião, foi bastante para diminuir a tensão reinante.
Certamente, sem convencer nem a si mesmo, o deputado Riva confessou - nas entrelinhas - se retirar do jogo político e das discussões partidárias, tão logo termine o seu mandato.
E foi enfático no finalzinho de sua fala, ‘ser opositor’ ao governador, mas ‘não será empecilho’, e até ficará na ‘torcida’ para que o governo que ora se inicia seja melhor, com uma Assembleia ‘forte’ e ‘independente’.
O governador, por outro lado, lhe foi gentil ao destacar o nome de sua filha, Janaína Riva, para homenagear os deputados estaduais eleitos.
Dava, portanto, exemplos de que ele faz política com alegria, sem ‘pensar no passado’, e cuidadoso com o ‘equilíbrio entre a razão e a emoção’.
Seu discurso, a partir da segunda metade, elegeu um segundo tripé: harmonia entre os poderes, diálogo com o Legislativo e o Judiciário e a sociedade civil e mudança.
Completado por um terceiro, o qual foi cunhado pelo vice-governador: ‘inclusão’, ‘lealdade’ e ‘compromisso’.
Neste ambiente cheio de lances, também foi marcado pelas ausências. A primeira delas, a da deputada Luciene Bezerra, que participou da coligação que elegeu Pedro Taques.
Ainda que tenha se sentido preterida quando da discussão das vagas de candidato a titular e de primeiro suplente de Senador, e, depois, ter ficado de fora da composição do secretariado.
Nada justifica sua ausência na Assembleia, o que pode lhe reservar um papel secundário no novo grupo de poder que está sendo montado.
Outra falta igualmente grave foi a da imensa maioria dos secretários do governo Silval Barbosa. Apenas quatro deles estiveram por ocasião da transmissão da faixa.
E isto demonstra ausência de companheirismo e lealdade ao agora ex-governador. O que empobrece a prática democrática, mas não o ritual da posse.
Feliz 2015 a todos.
Comentários