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Opinião
Sexta - 09 de Janeiro de 2015 às 08:38
Por: Renato de Paiva Pereira

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Parece que a Europa vai entrar em uma fase de difícil relacionamento com o mundo islâmico.

A inacreditável chacina dos jornalistas e dos policiais que faziam a guarda do jornal Charlie Hebdo tem grande potencial de radicalizar opiniões.

Como se já não bastassem os atentados aos trens e ônibus europeus e o inesquecível 11 de setembro nos Estados Unidos.

Não há como negar o viés fanático e violento do Islã. Embora muitos digam que os seguidores de Maomé são pacíficos, uma parte deles usa da violência para impor sua religião ou defender-se, quando se acham atacados ou ridicularizados.

Entretanto, não se culpe somente o Alcorão dos muçulmanos, pois ele é só um pouco mais violento que a Bíblia dos cristãos. "Os jornalistas perderam a vida por usarem, na plenitude, o direito que a lei lhes assegurava. Junto com eles outros morreram e muitos ainda vão morrer. "

Para quem acha que o nosso “livro sagrado” é inteiramente pacífico, recomendo a leitura principalmente dos 5 primeiros livros do Velho Testamento, conhecidos por Pentateuco.

Os cristãos já foram muito intolerantes. As cruzadas, as fogueiras da inquisição, as conversões impostas na marra não nos deixam esquecer esse passado negro.

O processo civilizador transformou o comportamento ocidental e a separação entre o mundo religioso e o laico diminuiu a influência das religiões, arrefecendo o fanatismo. Entretanto a parte intransigente do Islamismo ignora estes avanços e prefere manter-se na barbárie.

O recente episódio de Paris foi motivado por charges recorrentes sobre o profeta Maomé, algumas em poses pornográficas.

Segundo seus fanáticos seguidores o profeta não pode nem ser retratado, quanto mais em situações indignas.

É verdade que o jornal francês ridicularizava todas as religiões e facções políticas indiscriminadamente, mas se até entre os cristãos ( ou ateus) as charges grotescas de Jesus e da Santíssima Trinidade em situações vexatórias, causa mal estar, imaginem no meio islâmico, marcado pela intolerância.

“Todas as coisas me são lícitas (permitidas), mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.” 1 Coríntios 6:12

Embora ateu, uso o texto acima do apóstolo Paulo para perguntar: será que os meios de comunicação podem se dar a liberdade de ridicularizar as religiões, mesmo sabendo da perturbação moral que causa aos fanáticos o ataque aos seus ídolos e dogmas?

Embora legalmente amparados eles podem expor à violência uma nação inteira em nome da “livre expressão”?

Os jornalistas perderam a vida por usarem, na plenitude, o direito que a lei lhes assegurava. Junto com eles outros morreram e muitos ainda vão morrer.

Será que essa tal liberdade de expressão, levada às últimas consequências, não está se tornando um fanatismo tal qual o religioso?

Nessa hora de ebulição não convém provocar os ânimos. Os que se acham inspirados por uma divindade não entendem nenhuma argumentação lógica.

Os integrantes do “Estado Islâmico” que lutam para instalação de um Califado no mundo são um bando de “iluminados” que não escuta a voz da razão.

Ridicularizá-los em nome da liberdade de expressão pode provocar um, já quase inevitável, choque de civilização.

existir forma mais eficaz de combatê-los. Discurso pacifista e ridicularização já provaram sua ineficácia.



Autor

Renato de Paiva Pereira
renato@hotelgranodara.com.br

RENATO DE PAIVA PEREIRA é empresário e escritor em Cuiabá

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