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Opinião
Quarta - 23 de Maio de 2012 às 00:01
Por: Lourembergue Alves

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Vive-se o momento das conversações político-eleitorais. Isso faz com que o mercado inflacione, e, por conta disso, se tenha um alto custo de determinados produtos da eleição. É o exemplo do tempo no horário político da televisão e do rádio, cuja falta inviabiliza candidaturas. Pelo menos é este o pensamento das lideranças partidárias que necessitam de maior espaço, e, então, tendem a ceder até a vaga de vice na chapa que estão a montar. Ainda que a sigla “cooptada” não tenha um forte nome. Possui tão somente os minutos de propaganda, os quais – somados aos da agremiação do cabeça de chapa – fazem uma diferença significativa. 

Diferença, contudo, que pode igualmente ser uma “dor de cabeça” para quem não tem ou não sabe o que dizer. Neste caso, lhe seria mais útil o mínimo assegurado por lei. Porém, nem todo político conta com a capacidade no falar do ex-candidato por três vezes à presidência da República, Enéas Carneiro, recentemente falecido, e que ganhou projeção nacional ao aproveitar o máximo de seus minguados dezessete segundos.

Entende-se, agora, o porquê da busca desenfreada por mais tempo. Tanto que este se tornou um dos fatores decisivos na amarração das alianças, e isso, por outro lado, tem supervalorizado “o passe” de determinados partidos políticos, entre os quais o PP. Partido que sofreu bastante com o surgimento do PSD, cuja fileira está abarrotada de ex-progressistas. Migração partidária que esvaziou a agremiação em termos de expressões políticas. A ponto desta sigla não contar com candidaturas próprias para as prefeituras de Várzea Grande, Rondonópolis, Cáceres e Cuiabá. Por isso, os progressistas fazem leilão de seus cinco minutos no horário eleitoral. Minutos transformados em moeda de troca, com que pretendem “comprar” a candidatura de vice-prefeito nas disputas da Capital e da cidade conhecida como “Princesinha do Paraguai”, na qual os Henry tem intenção de emplacar alguém da família, ou a cunhada ou a esposa do deputado. 

Negociar o tempo do horário político não é um privilégio apenas do PP. Todas as agremiações partidárias se valem da dita mercadoria. Só não faz quem não a possui, a exemplo do PSD, que é obrigado a procurar desesperadamente por aliados que dela dispõem. Daí a sua indecisão sobre candidatura própria a chefia do Executivo cuiabano. Embora possa, a qualquer momento, tirar da cartola uma carta ou o nome do atual secretário de comunicação do município. Aguarda, desse modo, por melhores propostas, mesmo que venham ou do PMDB, ou do PTB, ou do PSDB, ou do PSB. As cores partidárias pouco importam. Relevante é a conquista de espaços no tabuleiro da política, e assim poder melhor acomodar filiados e apadrinhados, os quais lhe serão muitíssimo importantes na corrida em 2014. Esta, portanto, para os peessedistas, seria a partida de fundo, enquanto em 2012 ocorreriam às preliminares. 

Preliminares ou não, o certo é que as eleições deste ano também têm o seu valor. Bastante para causarem um rebuliço enorme no interior das siglas. A ponto de obrigarem os partidos políticos a buscarem alianças. Ainda que para isso tenham que privilegiar o tempo no horário político, pois, infelizmente, não são as idéias, nem os projetos que tornam as siglas mais dinâmicas, mas – infelizmente – os interesses particulares de seus caciques, chefes, chefetes e agregados.          


Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.    


Autor

Lourembergue Alves

LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e articulista

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