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Opinião
Quinta - 22 de Janeiro de 2015 às 08:41
Por: João Edsom

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Após a Segunda Guerra Mundial iniciou-se no Brasil um intenso debate sobre a melhor maneira de explorar o petróleo no país.

O assunto era polêmico, uma vez que envolvia diversos aspectos políticos, tais como a soberania nacional, a importância dos recursos minerais estratégicos, a política de industrialização e os limites de atuação das empresas multinacionais no país.

A empresa Petrobras foi instituída pela Lei nº 2004, sancionada pelo então presidente da República, Getúlio Vargas, em 3 de outubro de 1953 e só deixou de monopolizar a indústria petroleira no Brasil em 1997.

A multinacional é proprietária de refinarias, petroleiros e é uma grande distribuidora de derivados de petróleo. A Petrobras se tornou líder mundial no desenvolvimento de tecnologia avançada para a exploração petrolífera em águas profundas e ultra profundas.

Em 1997 a Petrobras passou a competir com outras empresas estrangeiras e nacionais. Isso ocorreu na gestão do então presidente Fernando Henrique Cardoso, que sancionou a Lei N° 9.478, de 6 de agosto de 1997. "Até então um orgulho nacional, acentuado com grandes descobertas, pois a partir de 2005 a Petrobras chegou, pela primeira vez, na camada do pré-sal, motivo de enorme orgulho"

Essa lei regulamentou a redação dada ao artigo 177, §1º da Constituição da República pela Emenda Constitucional nº 9 de 1995, permitindo que a União contratasse empresas privadas para exercê-lo. Aí começa o que estamos assistindo hoje.

Até então um orgulho nacional, acentuado com grandes descobertas, pois a partir de 2005 a Petrobras chegou, pela primeira vez, na camada do pré-sal, motivo de enorme orgulho.

Em 2006, o Brasil alcançou a autossuficiência temporária em petróleo e iniciou-se a produção da plataforma P-50 Leste, na Bacia de Campos RJ.

Nesta época, após 53 anos de operação e trabalho da empresa, o Brasil chegou a atingir uma temporária autossuficiência em petróleo, posteriormente perdida devido ao aumento de consumo.

Em 2007, foi descoberta pela estatal a maior jazida de óleo e gás natural do país, no campo petrolífero de Tupi, na Bacia de Santos.

No ano seguinte, a Petrobras ficou em primeiro lugar no ranking como a petroleira mais sustentável do mundo, com a pontuação de 92,25%, conforme pesquisa da Management & Excellence (M&E).

Paramos por aqui, pois daí para frente é só tristeza e vergonha. Começamos colocar nosso orgulho nas páginas policiais. Iniciada com as investigações em um posto de gasolina, por isso o nome “Operação Lava Jato”, as investigações já chegaram aos partidos do PT, PMDB, PP, empreiteiras, políticos influentes e sabe Deus a quem mais chegará.

Ninguém pode ser inocente e acreditar que somente agora a corrupção se instalou na estatal, mas também não podemos deixar de acreditar que os governos atuais escancararam sem dó o portal da auto distribuição dos recursos das estatais para fins de permanência no poder. Temo pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica e, principalmente, pelo BNDES.



Autor

João Edsom

JOÃO EDISOM é professor universitário e cientista político

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