Do exterior Liberal nos EUA é aquele que está mais à esquerda na política. O mais para a direita é o conservador
Barack Obama tenta emplacar algumas ações no governo que, se ocorrerem, marca sua administração como uma das mais liberais dos EUA.
Liberal nos EUA é aquele que está mais à esquerda na política. O mais para a direita é o conservador.
No Brasil, liberal seria o que está mais à direita na política. Nos EUA, o partido que dá mais benefícios sociais é o Democrata, aquele do lado mais liberal. Os Republicanos são mais defensores do capital.
Mas não sejamos inocentes, as propostas do Obama também fazem parte do jogo político entre os dois partidos, visando ainda a eleição presidencial de 2016.
Vejamos alguns atos do governo Obama nessas duas direções. Conseguiu aprovar um plano de saúde gratuita para cerca de 25 milhões de pessoas que não tinham cobertura nenhuma.
Os EUA são um dos poucos países ricos que não tem saúde pública e gratuita. Os Republicanos não lhe dão trégua, continuam atuando para derrubar o Obamacare. "No Brasil, liberal seria o que está mais à direita na política. Nos EUA, o partido que dá mais benefícios sociais é o Democrata, aquele do lado mais liberal. Os Republicanos são mais defensores do capital"
O governo Obama tenta regularizar a situação de uns cinco milhões de imigrantes ilegais no país, a maioria da América Latina. Os Republicanos estão contra.
Ele quer também aumentar o salário mínimo ou hora-trabalho de 7.25 (talvez o menor entre países ricos) para um pouco mais de dez dólares. Os Republicanos são contra também.
O governo Obama pretende ainda tirar 300 bilhões de dólares dos mais ricos em dez anos e, com isso, diminuir o Imposto de Renda para a classe média.
Se passar esses 300 bilhões, abriria a porteira para muito mais. Já há nos EUA movimento nessa direção, como Occupy Wall Street, que reclama da enorme concentração de renda no país.
Cresce o descontentamento da classe média com essa situação.
Para o lado da América Latina tem ação, nada a ver com liberalismo, que acaba entrando no jogo eleitoral.
A abertura para Cuba é uma delas e, mais uma vez, os Republicanos são contra, inclusive pretendem manter o bloqueio à ilha que vem desde a década de 1960. Latino-americanos nos EUA, exceção à antiga elite cubana exilada na Flórida, pensam diferente.
Em Guantánamo, para tentar estancar críticas ao não cumprimento de promessa de campanha de fechar aquela prisão em Cuba, o governo Obama arrumou um jeito de mandar muitos presos de lá para outros países, como para o Uruguai.
Para não encompridar conversa: se o Obama conseguir, além do plano de saúde para os mais pobres, emplacar uma lei que regularize a situação de muitos imigrantes ilegais, tirar 300 bilhões de dólares dos mais ricos para diminuir imposto de renda para a classe média e aumentar o salário mínimo, marcaria seu governo com ações liberais e ainda arruma uma pimenta eleitoral para o lado dos Republicanos.
Não pense que com isso já ganhou eleição. O exemplo recente foi a derrota dos democratas para a Câmara e o Senado.
É que nos EUA tem muita gente que apoia as ideias e ações dos republicanos.
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