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Opinião
Quarta - 18 de Fevereiro de 2015 às 09:46
Por: Renato de Paiva Pereira

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Recentes notícias sobre auditorias no VLT – o trem cuiabano - trazem grandes preocupações.

A principal delas é que a passagem chegaria a 10 reais, o triplo do que pagam hoje os usuários de ônibus, do próprio bolso ou custeados pelos patrões.

Claro que devemos ter alguma cautela com auditorias, porque quase sempre carregam vieses, de acordo com o interesse do contratante.

Pode ser que o diabo não seja tão feio como estão pintando.

De qualquer forma, o dilema é muito grande. Foram gastos e pagos até agora mais de 1 bilhão de reais e faltam cerca de 150 milhões de medições já feitas e não pagas, mas dos 22km. do projeto, nem 5 km de trilhos estão prontos.

O estado gastará ainda quase outro bilhão para terminar o projeto e mais dois anos de serviços além de, se as atuais informações estiverem certas. "Dizem que os responsáveis pela empreitada sabiam de antemão que ela não tinha a menor condição de ficar pronta no prazo que garantiam"

Para internalizar a ideia de dois bilhões de reais basta saber que esse valor usado para comprar carros médios, daria uma frota de 60 mil carros zero km. Estacionados um na frente do outro a fila, começando em Cuiabá, iria até Rondonópolis.

Depois de gastar os 2 bilhões, ainda teria que subsidiar as passagens através do estado ou das prefeituras.

O governo estadual e/ou as prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande teriam recursos e estariam dispostas a bancar os gastos extras do transporte?

Mas o que fazer? Desistir da obra, perdendo tudo o que foi feito? Nesse caso como explicar para o povo que foram rasgados mais de 1 bilhão de reais?

Tentar recuperar uma parte do dinheiro perdido vendendo os vagões e locomotivas? Haveria algum interessado neles? Mesmo que houvesse será que pagariam mais que a metade do custo real?

Se decidirem terminar a obra, precisariam explicar a engenharia que justifique gastar outro bilhão em algo que, pelo custo das passagens, conforme indicam as últimas notícias, não tem nenhuma viabilidade?

Outra possibilidade é se fazer de morto, continuar a obra e deixar a bomba estourar lá na frente.

Dizem que os responsáveis pela empreitada sabiam de antemão que ela não tinha a menor condição de ficar pronta no prazo que garantiam.

Mesmo assim compraram primeiro os vagões que consumiram mais da metade da verba gasta.

Como um fazendeiro que primeiro compra o gado para depois formar as pastagens, trouxeram os tais vagões e as máquinas sem ter nenhum metro de trilho por onde correr.

Agora a coisa ficou preta. A situação é a seguinte, conforme a piada que corre na interne, t “Tá alto pra carpir, tá baixo pra roçar e molhado pra queimar”

Quem poderá nos ajudar? Parece que nossa última esperança é o aparecimento surpresa do Chapolin Colorado e sua autoproclamada astúcia.



Autor

Renato de Paiva Pereira
renato@hotelgranodara.com.br

RENATO DE PAIVA PEREIRA é empresário e escritor em Cuiabá

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