Analgésicos e risco de arritmia cardíaca
Um costume de praticamente 90% das pessoas no Brasil é tomar um analgésico ou anti-inflamatório em caso de uma dor qualquer. Mas o consumo em excesso e sem acompanhamento médico pode aumentar o risco de ser acometido por uma arritmia cardíaca ou morte súbita.
Essa constatação foi feita por um estudo europeu, realizado na Erasmus University Medical Center in Rotterdam, na Holanda, e publicado no BMJ Open, importante publicação científica internacional, em que foram submetidos mais de 8 mil pacientes ao uso contínuo de analgésicos. A pesquisa revelou risco de fibrilação atrial, o tipo mais comum de arritmia, além de sugerir que esse risco aumente em até 80%.
Hoje, a fibrilação atrial atinge 2,5% da população mundial e, conforme a idade avança, o problema pode afetar até 10% das pessoas com idade a partir de 70 anos, faixa etária em que mais se usam os anti-inflamatórios e sem prescrição médica, abusando da medicação.
Sabemos que os analgésicos são medicações muito importantes e seguras, desde que ministradas de forma responsável e com indicação médica. Problemas ocorrem quando seu uso é indiscriminado e abusivo e ainda sem informar o médico e mais grave fica com a idade mais avançada.
Por isso é importante passar por consultas constantes com um cardiologista e informar quais as medicações faz uso e por quanto tempo para que o médico possa avaliar os riscos.
José Silveira Lage é cardiologista arritmologista e eletrofisiologista da Cardioritmo em Cuiabá
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