E o Senado? Dificilmente o governante sai ileso sem uma enxurrada de processos nas costas
Artigo escrito ontem neste espaço gerou uma série de comentários. Nada muito divergente na questão da eleição do próximo governador. Mas para o preenchimento de duas vagas ao Senado em 2018, esse, sim, polemizou.
Temos três senadores: Welinton Fagundes, eleito em 2014, cujo mandato vai até 2022. Ainda: José Medeiros e Blairo Maggi, cujos mandatos se encerram em 2018. A prática desses últimos anos vem demonstrando cada vez mais quer o exercício de cargos executivos além de muito penoso, é muito arriscado.
Dificilmente o governante sai ileso sem uma enxurrada de processos nas costas. O sistema administrativo público parece aquele fio de Ariadne da mitologia grega: tem ponta, mas não tem fim. Tudo é arriscado. Sendo assim, é muito mais confortável disputar o Senado, considerado o “céu” pelos políticos.
Houve um visível empobrecimento de quadros na política mato-grossense
Não enfrenta os embates da Câmara dos Deputados, e lida com temas de muito melhor digestão. Já se sabe que Blairo Maggi vai à reeleição. Reeleição quase certa! O lance será quem disputará com ele a primeira suplência, porque tem enormes chances de se efetivar por muito tempo, na medida em que se espera que ele seja ministro no próximo governo, ou até vôos mais altos.
Nesse caso, ele poderá acomodar junto a si um dos atuais nomes pretendentes à disputa. Pode ser que mantenha o atual suplente, o senador Cidinho. A segunda vaga, hoje ocupada por José Medeiros será muito disputada. Por ele próprio, pelo ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes e pelo deputado federal Nilson Leitão.
Porém, aí dá acordo entre eles, de modo a que um seja suplente. Mauro Mendes dificilmente abrirá mão da disputa. Nilson Leitão, coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária no Congresso Nacional, tem sua reeleição bastante facilitada. No sufoco, ele não vai se arriscar a uma derrota e, quem sabe, prefere reeleger-se deputado federal.
José Medeiros tem a chance de ir à reeleição ou de compor na chapa como suplente. De qualquer modo, estará muito bem cotado para deputado federal. É um bom e atuante quadro novo na política de Mato Grosso. Dificilmente nesse cenário surgirão novos nomes. Houve um visível empobrecimento de quadros na política mato-grossense.
A Assembléia Legislativa, por exemplo, perdeu completamente o seu protagonismo na política estadual depois da saída do ex-deputado José Riva. Contribuirá com quadros pobres à próxima eleição. Quase todos restritos à tentativa de reeleição.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso onofreribeiro@onoferibeiro.com.br www.onofreribeiro.com.br
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