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Opinião
Quinta - 13 de Abril de 2017 às 11:08
Por: Dirceu Cardoso Gonçalves

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A Sexta República Brasileira - inicialmente conhecida como Nova República - iniciada na eleição de 1985, quando o oposicionista Tancredo Neves venceu Paulo Maluf, candidato dos militares, parece agonizar. Depois da aguda crise política e econômica que levou a presidente Dilma Rousseff ao impeachment, oito ministros do governo Temer, 24 senadores 39 deputados, ex-presidentes da República e governadores são investigados como beneficiários dos esquemas de corrupção delatados pelos executivos da Odebrecht.

Outros ainda poderão ir para o mesmo caminho nas delações das demais empreiteiras e esquemas apurados na Operação Lava Jato. Tudo isso num país em profunda crise econômica e sob a ameaça de distúrbios decorrentes das reformas - especialmente a trabalhista e a da previdência - que o governo insiste em realizar sob a alegação de serem imprescindíveis. A grande dúvida está sobre a representatividade do atual Congresso e do próprio governo com tantos investigados.

Culpa-se hoje a Constituição de 1988 - muito ampla, de mote parlamentarista e extremamente emendada, além de carente de regulamentações - como motivadora de pelo menos parte da desordem em que vivemos.

Os defensores de uma nova Constituição vêem na sua elaboração o meio mais adequado para reformar o Estado, montar um sistema político-eleitoral funcional e responder às distorções que hoje atrapalham a vida nacional. Congressistas e até membros do governo concordam com a convocação da Constituinte, divergindo apenas sobre detalhes, o que é normal.

A partir da queda do império, vivemos a Primeira República (1889-1930), a Era Vargas (1930-1945), o Nacional Desenvolvimentismo (1946-1964), o Regime Militar, hoje chamado ditadura (1964-1985) e a Sexta ou Nova Republica (de 1985 até hoje). Cada período teve suas dificuldades, crises, golpes e tentativas, endurecimentos e liberalidades que os conduziram ao fracasso.

O Exército, que proclamou a República ao final do século 19, se fez presente na política até o final do regime de 1964 e depois se recolheu às suas funções. Hoje, com a falência da Sexta República, grupos pedem a sua volta.

O país vive um grave impasse. É o momento em que os brasileiros, especialmente os que detêm algum tipo de liderança ou poder, se mobilizarem acima de ideologias, utopias e interesses próprios. É a hora de pensar no Brasil com toda sinceridade, e buscar o melhor para as futuras gerações. O ciclo vencido precisa, com a maior rapidez, ser substituído por um novo, que devolva à população as oportunidades, a ordem, a autoestima e a perspectiva de melhores dias.


Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente, dirigente da Aspomil (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)



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