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Opinião
Quinta - 25 de Maio de 2017 às 07:29
Por: Ronimárcio Naves

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É fato que todos nós brasileiros somos sócios, mesmo que minoritariamente, da família Batista, essa daí que não sai dos noticiários.

Essa afirmação tem origem na evidência de que o BNDES é um dos maiores acionistas do conglomerado industrial, comercial, agropecuário e imobiliário da holding J&F, proprietária da JBS e de dezenas de outras empresas.

Como o dinheiro do BNDES tem origem nos impostos que nós - Roni, João, José, Maria, Ana e Sebastiana - pagamos todo santo dia ao governo, diante das informações de que os nossos sócios irmãos Batistas não são confiáveis - para não gastar tempo em adjetivos pejorativos, eis que a soma de todos os existentes na língua portuguesa não são suficientes para comportar a indignação do povo brasileiro - expressamos que não há mais interesse nesta sociedade empresarial.

As empresas do grupo J&F são, em sua maioria, de capital aberto. Desta forma promoveremos o bloqueio das ações que pertencem aos irmãos Batista e os retiraremos dos cargos diretivos e dos conselhos, o que, ao meu ver, não trará qualquer prejuízo para as empresas e demais sócios.

Muito pelo contrário: dará uma mensagem clara ao mercado de que os órgãos de controle das empresas brasileiras (CVM, CADE, etc) não aceitam indivíduos marginais como empreendedores.

É necessário frisar que as próprias empresas da Holding J&F devem ter em seus estatutos as regras mínimas de compliance que, por si só, são autoaplicáveis aos seus sócios e dirigentes, impedindo que delinquentes continuem a decidir sobre o futuro das empresas após confessarem um rosário de ilícitos penais, administrativos, civis, eleitorais e espirituais.

No mesmo sentido, o patrimônio particular dos irmãos Batista também deverá ser alcançado pela indisponibilidade, a fim de garantir o ressarcimento do prejuízo que causaram aos demais acionistas - especialmente ao povo brasileiro - em razão de sua administração maléfica a frente do maior conglomerado empresarial do Brasil.

A situação é simples, os irmãos Batista se aventuraram como executivos de sucesso com o dinheiro dos outros, e agora descobriram que, naqueles contratos que não tiveram a paciência de ler - pois resolviam tudo através da força do dinheiro - estão todas as regras para penalizar pessoas que, como eles, não respeitam as regras.

Pau que bate em Chico, bate em Francisco, Wesley e Joesley, sendo impensável o fato de a Procuradoria Geral da República manter um salvo conduto interplanetário para os maiores lesa pátria que o Brasil já conheceu.

Ronimárcio Naves é advogado em Cuiabá, Mato Grosso



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