Paladino: só pela internet
Ninguém tem dúvidas de que o acesso à informação se tornou muito mais rápido e fácil através da internet. E, diante da crise política e financeira pelo qual o país atravessa, essa conversa virtual vem sendo muito usada pela classe política. Ela tenta intensificar a todo custo uma aproximação mais eficaz com o eleitor, com troca de vídeos e compartilhamentos de notícias. Para políticos com mandatos, a rede é usada para divulgar suas ações de governo, dialogar diretamente com a população e desmentir boatos que circulam. Para os de oposição, o meio é usado, em sua maioria, para divulgação de notícias de corrupção e acusações variadas.
Mentiras ou verdades sobre corrompimentos administrativos não é diferente perante os atos do Governo de Mato Grosso e de outros gestores municipais do estado. Na cidade de Várzea Grande, os embates entre grupos antagônicos são muito mais profundos e tem levado a insultos incansáveis por meios das redes sociais. Só agora políticos e apaziguados da vegê descobriram o poder das redes, e os “ditos” oposição a atual administração da prefeita Lucimar Campos, acreditam que tal ferramenta auxiliará a mudar o destino político do lugar. Tanto é que a exploração das redes lá é comemorada como a descoberta do fogo que mudou a vida do homem há 400 milhões de anos.
Pensam que a proteção da tela do computador, a distância física e o anonimato, que muitas vezes é mantido apenas por horas, lhe darão confiança e lealdade para desenvolverem seus modus operandi pelo qual expressam suas atividades matreiras. Se esquecem de que as pessoas "são as mesmas", tanto em ambientes físicos quanto virtuais. Pela WEB muitos se aproveitam da situação política/degradante pelo qual o município atravessa, para bancar de espertos. Uns até se apresentam como portadores da moral e dos bons costumes, e se auto intitulam como salvadores da pátria, porém, defendem porcamente de maneira sutil, seus próprios interesses. É de rir pra não chorar!
Ora! Bem sabemos que as redes sociais são espaços democráticos que permitem que qualquer um exponha seu ponto de vista e sua opinião, mas o que se vê, principalmente nos grupos de WhatsApp, defesas infundadas sobre ideologias política que se prolongam por exaustivos debates. Além de troca de farpas, muitos partem para ofensas cabeludas quando alguém opina contrariamente. Ao discordarem são taxados de impotentes e frustrados.
Tal despautério político na rede, para um bom observador, se conota em piadas que merecem largos risos, como se partidos políticos no Brasil, e principalmente em Várzea Grande, possuíssem ideologia. Para um bom entendedor, tais convicções só existem na cartilha partidária. Daí se pergunta: Se precisa mesmo de mudanças na política local, porque a oposição não leva as discussões para as ruas, escolas, sindicatos e associações? Claro que não! A defesa do fanatismo dentro de si, o medo e o respeito pelo outro, impedem maiores calorias frente a frente.
Mas, diante dos tempos de polarização política no Brasil e tanto “bate e assopra” nas redes, se percebe que tanto oposição como situação, se entrelaçam num grande balaio de gatunos e são parecidos na intenção de conseguir o poder, a teta, o glamour, a arrogância e o desdém galgado sobre o analfabetismo da sofrida sociedade várzea-grandense. Veremos esse filme todas as vezes que chegar o período pré-eleitoral, seguido do vislumbro de algum benefício próprio. Fora do olhar do eleitor, os benévolos, os campeões, os heróis, os defensores, os apologistas e os paladinos da internet, entram em ação e trocam abraços, beijos e até carícias.
Elizeu Silva é jornalista em Mato Grosso – elizeulivramento@gmail.com
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