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Opinião
Quarta - 28 de Junho de 2017 às 07:43
Por: Renato Gomes Nery

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Com a morte de Jorge Bastos Moreno, eu disse em artigo nesta coluna, que este personagem ilustre merecia mais do que uma escola com seu nome, como prometeu o governador do Estado de MT. Dois jornalistas apenas mencionaram a respeito de homenagens a ele. O certo é que Cuiabá é mesquinha quando se trata de homenagear seus ilustres filhos. A não ser Rondon que foi homenageado com um memorial em Barão de Melgaço e tem seu nome associado a diversas outras obras, desconheço alguém mais que tenha sido homenageado a não ser em coisas inexpressivas - com exceção de Dom Aquino, o resto tem padecido numa enorme indiferença.

Vou citar apenas dois dentre tantos: Eurico Gaspar Dutra e Roberto de Oliveira Campos. Dois nomes de prestígio inconteste. O primeiro foi presidente da República e cogitado para fazer a transição entre a derrubada do regime em 1.964 e a redemocratização do País. O segundo, um irretocável diplomata, um grande intelectual e um dos maiores economistas do século 20. Defendeu a vida inteira a economia de mercado que terminou triunfando em todo o mundo. Ocupou diversos cargos de destaque no Brasil e no exterior. Um exímio frasista, dentre tantas outras qualidades. O Bob Field que a esquerda combateu ferozmente durante a sua vida inteira como tudo que não é de esquerda.

Onde se encontra, em Cuiabá, qualquer homenagem que faça jus a estes dois personagens?

Um povo sem passado é um povo sem memória. E memória é bússola do futuro. O historiador Laurentino Gomes esteve em Cuiabá, e foi procurar a casa onde morou o Mal. Deodoro da Fonseca perto de Igreja do Rosário e nada encontrou. A falta de apreço para com o nosso passado é lastimável.

Por que não fazer um memorial a exemplo do Memorial do Exército no Rio de Janeiro, no forte de Copacabana mediante um estudo de todos os nossos personagens históricos que mereçam fazer parte dele. Não podemos deixar que as atuais gerações desconheçam a história e os homens ilustres que fizeram parte dela, pois - "Um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la". (Edmund Burke).

Os 300 anos da cidade merecem ser comemorados com grandes homenagens aos seus filhos ilustres. Daí a pertinência da proposição.

Fica a sugestão! E nem sei se ela é inédita. Entretanto, pode trazer a reconciliação com o nosso rico passado, o que já é uma grande coisa. O Estado de Mato Grosso não é grande somente pela produção de grãos e carne. Ele é, sobretudo, imenso por que a sua história e sua cultura são mananciais inesgotáveis de valores, tradições e de tanta gente valorosa.

É preciso, também, que se debruce sobre a controvertida história de Filinto Müller de outros personagens da nossa história para que, livre das pressões e das paixões, lhes sejam dadas as dimensões que merecem. A história cuida de fatos e não de idiossincrasias que envolvem os seus personagens.

Renato Gomes Nery é advogado em Cuiabá-MT. E-mail rgnery@terra.com.br



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