De amanhã
Creio que em tempo de paz nenhum país esteve tão dividido quanto o Brasil, agora. Um fosso bota de um lado a parcela populacional que pede o reordenamento nacional, e de outro, os que se escoram em postulados da suposta liberdade absoluta e querem com ardor o continuísmo do viciado esquema corrupto ora tucano ora petista à espera do momento certo para um bote sobre nossa frágil democracia.
Em tese, essa divisão seria ruim para o Brasil, mas na prática é benéfica. Ela nos retira do conforto da indiferença e nos leva a assumir posicionamento na polarizada disputa nacional. Ao invés de tentar controlá-la, devemos fomentar o embate no campo das ideias, sem que isso se traduza em violência, como aconteceu em Juiz de Fora, onde um bandido esfaqueou o candidato a presidente da República Jair Bolsonaro.
Sei que o quinteto Marina, Haddad, Meirelles, Ciro e Alckmin manobrado por FHC e Lula – esse atrás das grades – ganha apoio popular em nome dos postulados democráticos tão desrespeitados por eles, mas cuja mensagem chega ao eleitor como grito de liberdade. Também sei que Bolsonaro ganhou carisma e conquista apoio do indignado cidadão, que o vê na condição de tábua da salvação.
Independentemente de ideologia e paixão partidária, nenhum brasileiro em sã consciência nega a roubalheira no governo petista e a drenagem de dinheiro público para financiar ditadores pangarés. De igual modo, nem doido bota a mão no fogo pela honestidade do tucanato no poder. Do outro lado, não é possível encontrar, nem com lupa, uma viva alma que reconheça em Bolsonaro a capacidade que se espera de um presidente.
Essa é uma boa briga. Ela nos revela quem mascara o ontem do quinteto em nome da máxima: o fim justifica os meios. Também nos estampa o universo daqueles que engolem o lado xucro de Bolsonaro. Que o desentendimento se agrave entre as partes e seus satélites, mas que não atinja o povo.
Em nome da moralidade na administração pública nacional e em defesa do nacionalismo jamais votaria em alguém do quinteto. Meu voto será por uma causa, uma boa e grande causa maior do que Bolsonaro, que a encabeça: tenho que fazer valer minha cidadania participando do nosso Armagedom tupiniquim junto ao Brasil do bem, antes que o discurso raivoso preparatório para o bote comunista fuja ao controle do suportável e reedite a época em que a esquerda assaltando bancos, sequestrando diplomatas e matando impiedosamente, ia além dos ataques verbais.
Não busco em Bolsonaro o grande administrador nem o hábil articulador. Porém, tenho certeza que sua força ampliada por um ministério sério seja suficientemente capaz de botar meu país nos trilhos. Pelo Brasil que o discurso do ódio tenta destruir, pelo amanhã de nossos filhos e netos, Capitão neles!
Eduardo Gomes de Andrade é jornalista
eduardogomes.ega@gmail.com
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