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Opinião
Quarta - 12 de Dezembro de 2018 às 10:09

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Em poucos dias, o governador eleito de Mato Grosso Mauro Mendes, tomará posse no cargo para o qual foi alçado com 840.094 mil votos, números que correspondem a 58,69% dos votos válidos. A sua chegada ao Palácio Paiáguas foi possível em parte pelo trabalho desenvolvido como prefeito de Cuiabá e depois pela ausência de melhores alternativas políticas.

A partir de Janeiro de 2019, Mauro Mendes terá muitos desafios a serem enfrentados e vencidos, e notadamente estará sob análise a sua capacidade administrativa, porque como diria minha falecida mãe; “Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”. Sim, uma coisa é administrar uma prefeitura e outra completamente diferente é o Governo do Estado de Mato Grosso, com todas as suas complexidades.

Pedro Taques demonstrou incapacidade administrativa e não conseguiu contornar os gargalos existentes nas áreas de saúde e infraestrutura, por exemplo, tanto que seu governo mergulhou numa crise tamanha que comprometeu a pretensão de reeleger-se.

Mauro Mendes inevitavelmente terá que tomar decisões amargas e certamente irá demorar para responder as expectativas do eleitorado, e até mesmo de cumprir as promessas feitas durante a campanha.

Enfrentará ainda a resistência de determinados segmentos empresariais no tocante ao aumento de impostos, dos poderes por redução dos duodécimos, e dos servidores que cobram o RGA, entre outros. Não há predisposição para sacrifícios, o que implicará em cortar a própria carne com bastante profundidade, ou seja, isso representará redução de cargos e funções públicas, comprometendo o apadrinhamento político das forças que o impulsionaram na disputa ao governo.

Existem problemas graves de saúde, segurança pública, infraestrutura, logística e outros, que demandam investimentos ou readequação da estrutura existente, para oferecer serviços de qualidade a população, que não vai esperar muito tempo por respostas.

Pedro Taques perdeu grande parte de seu governo numa verdadeira caça às bruxas, culpando Silval Barbosa por todas as mazelas e dificuldades, esquecendo de gerenciar a crise e apontar os caminhos para supera-las.

Espera-se que Mauro Mendes não enverede pelo mesmo caminho, e desde já implemente seu estilo de governar e dê início aos mecanismos de resolutividade dos problemas que o Estado de Mato Grosso enfrenta, convencendo os setores de que é preciso a união de todas as forças para superar as dificuldades.

As propostas feitas em campanha não foram baseadas na real situação do estado, que só está sendo conhecida agora por ele e sua assessoria, através dos trabalhos e números detectados pela equipe de transição, que aliás, devem se tornar públicas e do conhecimento de todos.

O novo governo terá muitos desafios a serem enfrentados e vencidos, e precisará buscar ferramentas eficazes e práticas, sem o uso da retórica cansativa de que a situação é culpa do passado. Terá que provar que de fato é capaz de gerenciar e apontar os novos rumos para o Estado, porque afinal, esta foi a imagem que vendeu durante a sua campanha, a de bom e eficiente gestor.

EDIVALDO DE SÁ TEIXEIRA é advogado em Nortelândia, Pós Graduado em Direito Civil e Processo Civil e Pós Graduando em Compliance

edivaldodesaadvogado@gmail.com



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