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Opinião
Terça - 18 de Dezembro de 2018 às 15:51
Por: Carlos Fávaro

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No ano passado nessa época ocupava o cargo de vice-governador de Mato Grosso e me angustiavam os próximos passos na minha vida política. Na verdade, a minha vida pessoal nem contava tanto, porque tenho origem empresarial e negócios pessoais que trariam de volta ao meu berço tradicional. Mas após ter passado pela vice-governadoria entre 1º. de janeiro de 2015 e 5 de abril de 2018, ficou muito evidente que responsabilidades públicas com os destinos do Estado e da sociedade mato-grossenses cobravam de mim muito mais proatividade como jamais imaginei antes.

Confesso as minhas angústias. Conversei com muitos amigos, com políticos experientes e escutei estímulos e desânimos. No final, depois de pesar prós e contra, de ouvir a família, optei pela disputa a um cargo eleitoral. As circunstâncias acabaram por me levar à disputa de uma das duas vagas ao Senado nas eleições de 2018. Lá fui, com pouca experiência política e eleitoral, disputando pelo PSD, que tenho o orgulho de presidir no Estado. Enfrentei disputa muito mais polarizada do que a de governador.

Talvez a decisão mais estratégica da campanha tenha sido perceber o que dizer a uma população angustiada, indignada e descrente na política e na gestão pública. Aí conversei e conversei. Meditei e refleti muito. Ao final compreendi que por mais que houvesse bons candidatos disputando as duas vagas de senador, Mato Grosso é maior do que todos os partidos somados e todas as candidaturas. A única certeza de que a disputa fazia sentido se observasse a magnitude de Mato Grosso.

Entrei nessa vertente. Assessorado por dois suplentes honrados e representativos, fomos à luta. O experiente ex-deputado estadual José Lacerda e o empresário Geraldo Macedo, Grão-Meste da Serenísssima Grande Loja no Estado de Mato Grosso e uma importante liderança maçônica. O nosso discurso foi um sonho baseado na mais pura realidade que Mato Grosso vem deixando de lado faz tempo. Resumiu-se no slogan curto e objetivo: “Mato Grosso para os mato-grossenses”. Na prática significou repensar filosoficamente o nosso desenvolvimento e dar condições à nossa sociedade para Mato Grosso ocupar no futuro imediato inevitáveis papeis relevantes no Brasil e no mundo.

Detentor de empresários modernos, de clima, de potencialidades econômicas inesgotáveis e de recursos naturais extraordinários, o seu futuro não pode ser tratado fora de uma ampla e abrangente visão estratégica regional, nacional e mundial.

Surpreendeu-me profundamente a aceitação e a compreensão da sociedade a essas propostas de certo modo indigestas numa campanha eleitoral convencional. Resultou na surpreendente votação de 434.972 votos a um iniciante na carreira política. Poucos recursos financeiros, as tratativas eleitorais pouco respeitadas e a incredulidade geral de que nosso discurso retratava uma realidade. Fomos além das pesquisas de opinião que se limitaram ao “vai votar em quem”. Mexemos no inconsciente coletivo com um Jingle simples “O nome dele é Fávaro”. Meio profético. Atingimos fortemente a juventude. Justamente quem mais busca o futuro.

Hoje, com a terceira maior votação da eleição ao Senado, olho ainda angustiado a paisagem do futuro. A mesma sociedade com as mesmas angústias e expectativas. O capital de votos da eleição persegue-me diariamente em todos os lugares onde ando. A sociedade mato-grossense quer ouvir mais sobre aquele “Mato Grosso para os mato-grossenses”. Tenho conversado. Falado. Explicado e sido cobrado: “aquele conceito não pode ficar só na eleição”, me dizem.

Meu projeto de agora em diante é o de alimentar o conceito e espalhar esperanças à sociedade, acima de partidos, de siglas e de ideologias. O futuro nos atropelará rápido e certeiro. Queiramos ou não. Agradecido aos 434.972 eleitores de meu Estado, estou à disposição para continuar o pensamento de construção do futuro. Nada é mais certo do que a chegada do futuro.

* Carlos Fávaro é presidente estadual do Partido Social Democrático (PSD) e foi candidato ao Senado em 2018, com 434.972 votos.



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