Embriaguez ao volante: médica, procuradora, bióloga, cadê a consciência?
Uma médica, uma procuradora e uma bióloga. Letícia, Luíza e Rafaela. Os meses são abril, novembro e dezembro, mas a história é a mesma: mulheres que beberam, atropelaram e mataram pessoas nas ruas de Cuiabá.
E eis o questionamento: o que está acontecendo com essas mulheres? A pergunta pode soar machista, mas, como mulher fico assustada com a atitudes de médicas, procuradoras, biólogas, advogadas. Mulheres que sabem bem o risco que correm ao beber e dirigir, e o risco que causam às pessoas a sua volta.
Letícia é médica dermatologista, após uma festa, atropelou e matou um vendedor ambulante. Está solta. Luíza é procuradora aposentada, atropelou um gari e o deixou sem uma perna. Está solta. Já Rafaela é bióloga, atropelou três pessoas, matou duas e uma luta pela vida em um hospital de Cuiabá. E está solta.
O ano de 2018 ficou marcado por tantas tragédias ao volante. Eu, com 25 anos, fico assustada e penso duas vezes ao sair na vida noturna de Cuiabá. Confio na minha direção, não dirijo embriagada, mas questiono, será que a pessoa que está no bar, na mesa a minha frente, tem a mesma consciência?
Quem olha para essas três mulheres, que são mães, primas, avós e filhas, não imagina o estrago que elas fizeram na vida de outras pessoas, e talvez nem imagine que elas seriam capazes de tamanha irresponsabilidade.
Acreditava que essas três tragédias teriam algum impacto e ajudariam a conscientizar as pessoas a não dirigirem embriagadas, mas, 03 de janeiro de 2019, uma outra mulher, 32 anos, nome não divulgado, embriagada ao volante, atropela um menino de sete anos. Graças a Deus, ele está vivo.
Parece clichê, já está batido, mas precisa começar a ser utilizado o aviso: Se beber, não dirija.
*Izabella Araújo é jornalista
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