Me formei. E agora?
Independente da Faculdade que você cursou você está habilitado no “saber fazer”.Ocorre que o mundo corporativo precisa de mais. Ele valoriza quem se destaca e domina o “como fazer”. Quem tem iniciativa e criatividade para o “querer fazer”.
O “como fazer”, lamentavelmente, não foi ensinado (e nem poderia), vez que ele
depende de experiências de vida, profissional e da sua maturidade afetiva.
Querer fazer é atitude. É um ato de vontade. Somente você pode decidir.
Então você está perdido? De nada adiantou tanto esforço para conquistar a graduação?
Negativo. O recém graduado tem o conhecimento “fresquinho” das teorias, são elas
que ditarão suas atitudes frente aos problemas, conflitos e desafios do cotidiano profissional. É preciso apenas ampliar sua visão.
Precisará adequar as “teorias” aprendidas à complexidade das organizações que, sem exceções, buscam resultados para se perenizar, tem normas peculiares, todo um aparato tecnológico (software e hardware), alémde pessoas. Esta visão holística não acontecerá num “piscar de olhos”. Exigirá atenção aos detalhes, persistência, foco, capacitação continuada e o desenvolvimento intrapessoal. Vamos por partes.
A minha experiência de vida aliada à experiência profissional na docência do ensino superior me remetem a sugerir algumas “dicas”, para reduzir a angustia do recém-formado, estimulando-o. Vai na fé. “A fé não costuma falhar”. Acredite na sua capacidade realizadora e no fulgor da sua vontade. Dispense especial atenção à capacitação continuada e ao desenvolvimento intrapessoal.
O desenvolvimento do relacionamento intrapessoal é basicamente o ato de conhecer a si mesmo, identificar seus pontos fortes. Trabalhar os que precisam de melhoria. Conhecer melhor suas emoções e habilidades. É como você se enxerga no mundo, como vê a si mesmo e como você reage às mais diversas situações. É a busca constante pelo autoconhecimento, autocontrole emocional e autoestima.
O mundo “profissional” está cheio de pessoas que não reconhecem suas limitações porque simplesmente não se conhecem. Vá por mim “ganhe um tempo” se conhecendo melhor. Respostas a perguntas simples te ajudarão:
- Em que período eu sou mais produtivo (manha, tarde ou noite)?
-Eu prefiro estar no “palco” ou nos “bastidores”?
- O que eu tenho de melhor?
- O que me faz feliz?
- Aonde eu quero chegar?
- Qual a minha visão de futuro?
- Que legado eu quero deixar para mundo?
Aqui não tem certo nem errado. Tem a sua verdade. A verdade de quem quer, através do autoconhecimento, tornar a jornada profissional mais suave. Identifique e aceite os pontos fracos. Todos nos os temos. Aceitar é reconhecer. Daí vá em busca da melhoria continuada. Se necessário, recorra a terceiros (coach).
Um alerta. De tempo ao tempo. Ninguém conhece ninguém instantaneamente. auto avaliação exige reflexão. Refletir é evitar a imprudência e a impulsividade na conduta. A reflexão é uma virtude. Outro ponto a ser considerado é a sua permissividade. Como ela está? Ser permissivo é permitir certas falhas e erros. É ser indulgente e tolerante. A excelência é sempre bem vinda. Entretanto, permita eventuais falhas. Não se deixe dominar pela “culpa”. Falhar é natural. Em muitos casos, é preciso errar para então acertar. Errar não é impedimento para o sucesso.
Lembre-se da citação de Sun Tzu em a “Arte da Guerra”:Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas...”. (grifo nosso).
A capacitação continuada é outra variável a ser trabalhada. Capacitar é desenvolver aptidão. Assim a graduação foi apenas uma etapa. Você terá que continuar seus “estudos”. Há inúmeras opções no mercado. Pós-graduação, cursos de extensão universitária e outros. Você poderá, se for o seu desejo, experimentar novas “aventuras” numa pós-graduação. Aliás, sugiro ousar. Se a graduação é na área de exatas, busque uma pós-graduação na área de humanas e vice versa. É a permissividade e o autoconhecimento sendo praticado. Se tiver que mudar de curso faça-o. Investigue e perceba que “assunto” ou “atividade” te cativa, suficientemente, para te provocar encanto e paixão. Dedique-se a “desfrutar” da viagem sem ter pressa em chegar ao destino. Use os cursos de capacitação para ampliar sua rede de relacionamento. Se aproxime das pessoas não apenas pela afinidade, mais também para troca de experiências.
No mundo corporativo existe uma máxima: a busca por resultado.
Se você é capaz de entregar resultado sua graduação, pós-graduação e demais cursos são indispensáveis, porém, tornam-se secundários. Tenho uma amiga que é assistente social, pós-graduada em gestão de pessoas que atua na área de marketing de um grupo varejista. Essa inusitada “mistura” é mais comum do que você pode imaginar. Seja ousado. O mercado vai reconhecer sua ousadia assegurando sua empregabilidade.
Espero que suas reflexões sobre os assuntos aqui abordados permitam sua evolução profissional. Desejo que eventual temor quanto ao seu futuro profissional tenha se dissipado. Acredite em você. Aja com ética. Seja ousado. Respeite as pessoas. Conheça-te como ninguém jamais o conheceu e continue estudando. Tenha sucesso.
Professor Edson Wagner Strasinski é Administrador, especialista em Gestão de Pessoas nas Organizações, Coordenador do Curso de Administração da FAIPE. Integrante do quadro de profissionais da Pós-graduação da UNIC e FAIPE.
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