De cara para trás O retorno da política de “entreguismo” não combina com a atual situação do Brasil
O Ministro das Relações Exteriores do Governo Castelo Branco, Juraci Magalhães, tem uma frase famosa: “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”. Ela foi usada, nos anos da década de 70 do Século passado, para ironizar “os entreguistas” do Brasil. E não é que ela volta a evidência com as declarações do atual Presidente da República em visita ao EUA. Veja as preciosidades:
- Apoia a construção do muro entre os EUA e o México;
- A vasta maioria dos imigrantes não possui boas intenções;
- Ter fronteiras abertas para mim é uma decisão pobre e ruim;
Enfim, esta ida de “cabeça baixa” do nosso Presidente aos EUA é um consumado equívoco que não condiz com a política pragmática que deve pautar as relações internacionais
- "Gostaria que os Estados Unidos mantivessem a atual política de imigração, porque em grande medida nós do hemisfério sul devemos nossos regimes democráticos aos Estados Unidos";
- Os turistas americanos (EUA) não precisarão de “vistos” para entrar no Brasil, mas os brasileiros precisarão deles para entrarem nos EUA.
Tais declarações de cunho racista, discriminatório e subserviente não combinam com a nossa índole pacífica de Pais independente e nem faz jus a nossa história. Somos um pais de imigrantes queiram ou não queiram! O Presidente é filho de imigrantes italianos e não seria Presidente da República do Brasil se, na época, que os seus ascendentes imigraram, as entradas tivessem sido fechadas, por serem considerados ruins.
Muro (s) somente serve para fomentar as discriminações e insuflar o ódio. O mais odioso dele, o de Berlim já tombou há quase três décadas. Não seria construindo muros que iriamos tornar este mundo melhor. E não se sei se o Brasil tem muita coisa a ver com o muro entre os EUA e o México, até por que o México é um grande parceiro comercial.
O retorno de uma política de equivocado “entreguismo” não combina com a atual situação do Brasil que com ela se afasta do nosso maior importador: a China. Este País importa 70% da nossa produção de soja e está sendo menosprezada nesta aproximação subserviente com os EUA. Ressaltando que o Estado de Mato Grosso o maior produtor de soja do País, pode sofrer as consequências de uma eventual retaliação.
Enfim, esta ida de “cabeça baixa” do nosso Presidente aos EUA é um consumado equívoco que não condiz com a política pragmática que deve pautar as relações internacionais. Montou-se no cavalo de cara para trás! Erros e equívocos deste Governo que se inicia pode custar caro para o País.
RENATO GOMES NERY é advogado.
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