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Opinião
Quinta - 02 de Maio de 2019 às 07:04
Por: Dirceu Cardoso Gonçalves

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Em paralelo ao movimento da Escola Sem Partido, o governo investe na elaboração do sistema de educação domiciliar. Reservadas as proporções, as crianças voltariam a ter preceptoras como ocorria antigamente, numa época em que a educação era tarefa da mãe ou de pessoas especializadas contratadas pela família. É mais uma possibilidade de educação neste país onde o ensino, por uma série de razões, nem sempre é o mais adequado. Quem optar por esse meio protegerá seus filhos dos defeitos hoje existentes na escola, especialmente a pública, muitas das quais produzem analfabetos funcionais.

Durante os loucos anos em que tudo foi colocado à luz da democracia e se cultivou o direito sem obrigações, um dos setores que mais sofreram foi o educacional. Professores cooptados pelos políticos de esquerda tornaram-se militantes e grevistas quase profissionais. E os alunos restaram entregues à própria sorte. A política de produzir diplomas deixou de fazer avaliações e levou o alunado a receber o documento sem ter os conhecimentos necessários para deles poder fazer uso no prosseguimento dos seus estudos ou no mercado de trabalho. É o quadro perverso da educação brasileira ideologizada.

Desde 2004, educadores e pais de alunos empunham a bandeira do movimento Escola Sem Partido. Mas a tese pouco evoluiu porque os ideológicos de esquerda que infestam a escola acusam o movimento de pretender substituir a ideologia esquerdista pela de direita. O ideal é que não haja qualquer das ideologias no meio escolar. Que o sagrado espaço destinado ao aprendizado seja inteiramente tomado pela transmissão de conhecimentos e treinamento dos alunos. Nada impede que professores e mesmo os alunos em idade de fazer política, tenham sua militância. Mas isso deve ser no âmbito dos partidos ou nas campanhas eleitorais, nunca no ambiente escolar.

O Ministério da Educação e demais órgãos de controle escolar têm o dever de garantir a escola como ambiente de aprendizado e imune apolítica ideológica ou partidária. A liberdade de cátedra deve ser entendida como possibilidade do professor apresentar as matérias do programa da melhor forma que entenda, não para abandonar o programa e passar a lecionar ideologia aos alunos. O que se tem visto na escola brasileira é um acinte e sério prejuízo ao futuro. Quanto mais pregação política é ministrada ao alunado, menos matérias para a sua preparação. É preciso resgatar a escola e, feito isso, garantir que ela não volte a cair nas garras daqueles que usam a técnica de seduzir o jovem com ideologia, pouco se importando com o seu destino na sociedade. Precisamos da escola efetivamente sem partido, seja ele de esquerda, de direita ou de centro. Só dessa forma é que poderemos resgatar o ensino e oferecer aos jovens um futuro melhor...



* DIRCEU CARDOSO GONÇALVES, tenente - dirigente da Aspomil (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

aspomilpm@terra.com.br



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