O Brigadeiro
O Brigadeiro é uma pessoa simples, afável e, como todo mineiro, bom de prosa! Um “boa praça”! Por trás de tudo isso existe um jornalista independente e experimentado, com mais de 40 anos, em atividade, e um primoroso escritor.Tem vários livros escritos, mas, sua modéstia o impede de divulga-los e de ser reconhecido, como um excelente escritor.
Afirma que vai parar com o jornalismo. Isto aconteceria se o jornalismo não fosse parte dele. Um conversador nato. Hábito que deve está associado à sua profissão. Está sempre perquirindo e perguntando para depois expressar as suas ideias, convicções, críticas e inconformismos, nas mais diversas formas de expressão.
Como sou discípulo de Ruben Braga, descobri esse excelente cronista, através de suas crônicas publicadas em diversos sites. E aí, começaram os meus contatos com ele. Ele é uma figura miúda e, à moda antiga, usa chapéu panamá de abas curtas o que o distingue em qualquer lugar. Se a moda pega, ele vira celebridade!
A partir das crônicas, passamos a estreitar as nossas relações e eu entrei no seu universo: li artigos, crônicas e entrevistas e tudo que encontrei a seu respeito, via Internet. Fui atrás de seus livros, mas não os encontrei. Relatei-lhe o fato e quando ele foi me visitar levou alguns exemplares.
Por que uma pessoa tão simples tem um codinome tão pomposo? Acontece que Brigadeiro é a patente de um lendário militar/político da história política do País. O seu pai um udenista roxo, não teve dúvida, lascou no menino o nome daquela eminente figura: Eduardo Gomes. Entretanto, ao contrário do seu homônimo, o Brigadeiro original era um Adônis garboso de olhar altaneiro e festejado por uma legião de mulheres por onde passava. Disputou por duas vezes a Presidência de República e veja o seu lema: “Vote no Brigadeiro que é bonito e é solteiro”.
Aliás, simplicidade deve casar com humildade, gentileza e afabilidade, características que emanam do nosso Brigadeiro. Um contador de histórias! A sua escrita é espontânea, simples, didática e direta como se tivesse contando “causos”. Conhece, como ninguém, os cantos e recantos deste Estado, que estão delineados nos seus inúmeros artigos, entrevistas, crônicas e livros. Adotou e foi adotado pelo Estado de Mato Grosso, com papel passado de um merecido título cidadão mato-grossense. Ressente da imprensa da Capital do Estado que vive preocupada com o que acontece na Corte e não dá a devida cobertura para o interior do Estado.
Os seus textos sobre os vultos mato-grossenses são primorosos, escritos de forma simples, informativa e direta. Textos estes que, com as adaptações devidas, eu gostaria de vê-los transformados em livro para ser distribuído, como livro didático, pelas escolas, a fim de popularizar a história de Mato Grosso.
Creio que se fosse afeito às injunções e conveniências políticas, os seus livros seriam mais bem divulgados e ele já teria assento na Academia Mato-grossense de Letras. Predicados não lhe faltam!
Se cometi algum pecado, neste texto, certamente, é da avareza, por não dispor de maiores informações. A par de eventuais deficiências, fica aqui, nestes rabiscos, um esboço desse pequeno grande homem.
Renato Gomes Nery – advogado e ex-presidente da OAB/MT
rgnery@terra.com.br
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