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Opinião
Domingo - 26 de Fevereiro de 2012 às 21:57
Por: Juacy da Silva

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Na última quarta feira (de cinzas)quando do lançamento da Campanha da Fraternidade, cujo tema este ano é “Fraternidade e saúde pública”, o Secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse de forma clara, objetiva e corajosa, tendo ao lado o Ministro da Saúde Alexandre Padilha, que o povo brasileiro e a Igreja estão decepcionados com o corte que a Presidente Dilma determinou no orçameto da União deste ano, no valor de 55 bilhões de reais, incluindo 20,3 bilhões das emendas dos parlamentares que continuam fazendo jogo de cena perante os eleitores.

A crítica de Dom Leonardo Stein, Secretário geral da CNBB, foi em relação ao corte de 5,4 bilhões da área de saúde, cujo caos e descaso governamental em todos os níveis nem precisa mais ser mencionado, pois o povo sente na pele, só quem não vê e não sente são nossos governantes que continuam tendo acesso a hospitais de primeira linha pagos com o dinheiro público enquanto o povão recebe tratamento de quinta categoria.

Além da saúde, os demais cortes foram: Educação 1,9 bilhões de reais; seguridade social (previdência, FGTS, assistência social) 7,7 bilhões, ministério das cidades 3,3 bilhões; defesa 3,3 bilhões; Justiça 2,2 bihões, integração nacional 1,1 bilhões e outros ministérios também foram vítimas da tesoura do governo federal.

Este corte é justificado como a contrbuição do Governo, da mesma forma que ao logo dos últimos 20 anos, para “fazer” caixa e poder arcar com parte dos juros, encargos e amortização da dívida pública, que apesar deste esforço continua crescendo igual a uma bola de neve, recaindo sobre o povo brasileiro em termos de falta de dinheiro para atender as necessidades e aspirações da população por uma vida digna e mais decente.

Ao longo dos últimos dez anos, oito de Governo Lula e esses dois de continuidade com Dilma, a média anual do superavit primário foi de 3,15% do PIB e em valores foram tesourados nada menos do que 1,1 trilhões de reais que passam para 1,3 trilhoões quando corrigidos pela inflação do periodo.

Neste mesmo period aproximadamente 50% do orçamento da União a cada ano foram comprometidos com a rolagem da dívida, pagamento de juros, encargos e amortização, em valores que ultrapassam a mais de 4,0 trilhões de reais. Em 2003 quando assumiu a Presidência da República a dívida interna, de acordo com artigo do prof Waldir Serafim, era de 892,4 bilhões de reais e a previsão de que a mesma deveria chegar a 1,73 trilhões de reais no final de 2010. Segudo dados recentes do Governo e de outros institutos, inlusive da Auditoria Cidadã, a dívida pública ao final de 2012 deverá ultrapassar de dois trihões de reais, apesar de terem sido pagos vários trilhões de reais nos últimos doze anos.

O que intriga estudiosos dessas questões e o povo em geral é como um país pode gastar tanto com encargos financeiros dos setores públicos e praticamente destinar migalhas para atender as necessidades do país e do povo com infra-estrutura, educação, segurança pública, saneamento, saúde, ciência e tecnologia, agricutura, reforma agraria, meio ambiente, esporte e lazer, assistência e previdência social, enfim, com áreas vitais para o nosso futuro.

Pior do que isto tudo é ver e ouvir políticos demagogos que continuam enganando o povo, principalmente em épocas eleitorais prometendo o paraiso se eleitos forem. Por fazerem parte da “base do governo” agem em Brasília como verdadeiros cordeirinhos ante a prepotência e arrogância do Poder Excutivo.

Enfim, não dá par aver e ouvir um monte de balelas quando da tramitação do orçamento da União e das famosas audiências públicas se a prioridade verdadeira é continuar engordando os banqueiros nacionais e etrangeiros através das altas taxas de juros e da agiotagem financeira em vigor no Brasil.

JUACY DA SILVA, professor universitário, mestre em sociologia, colaborador de A Gazeta.



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