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Opinião
Quarta - 12 de Junho de 2019 às 09:01
Por: Michele Leite de Barros

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Neste domingo, dia 9 de junho de 2019, aconteceu o primeiro jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo de Futebol Feminino na França. Essa foi a primeira vez que vimos nossas meninas em TV aberta.

Em frente às telas de todo o mundo haviam mulheres assistindo, sabe por quê? Porque no gramado eram mulheres brilhando. Saímos vencedoras em campo, mas muito mais do que isso, saímos vencedoras por mais essa conquista de espaço antes só ocupado por homens.

O ano é 2019 e só agora os holofotes estão virados para as nossas jogadoras, dentre elas a maior artilheira da Seleção Brasileira de Futebol, ultrapassando Pelé: MARTA!

O maior salário de uma jogadora mulher no Brasil não chega nem perto do menor salário de um jogador homem e as condições de treinamento são infinitamente inferiores que as deles. Mesmo assim, as nossas jogadoras “dão o sangue” e não levam o esporte na brincadeira. Se é isso o que elas fazem, elas fazem bem feito.

Em 1941, houve a primeira proibição. Um decreto-lei dizia que não era permitido às mulheres praticarem esportes que não fossem adequados à sua natureza, incluindo o futebol. Porém, muitas continuaram praticando-o escondido. Foi então que em 1965, de forma mais detalhada, proibiu-se de vez o futebol para mulheres.

Em 1979, a lei foi revogada e em 1983 houve regulamentação permitindo as mulheres de competir, utilizar estádios e ensinar futebol nas escolas.

Somente no ano de 1991 que elas puderam competir uma Copa do Mundo Fifa. Tudo era ainda muito amador e não haviam incentivos. O uniforme que as meninas usavam para participar dos campeonatos foi durante décadas sobras do material do uniforme masculino.

O ano é 2019 e só agora os holofotes estão virados para as nossas jogadoras, dentre elas a maior artilheira da Seleção Brasileira de Futebol, ultrapassando Pelé: MARTA! Ela, única atleta eleita seis vezes melhor do mundo, tendo aos 14 anos de idade ganhado como melhor jogadora do campeonato brasileiro sub-17, e começado sua trajetória profissional no Vasco da Gama.

Estamos falando de futebol e a maior atleta desse esporte tão adorado pelos brasileiros é mulher. Estamos falando de futebol e quem deu um verdadeiro show domingo marcando três gols para o Brasil é uma mulher. Estamos falando de futebol e quem teve que driblar preconceitos e mesmo assim joga como ninguém são mulheres.

Obrigada, Cristiane Rozeira, a maior artilheira do futebol feminino da história dos Jogos Olímpicos e marcadora dos nossos três gols. Agora é a vez de todas vocês, agora é a vez de todas nós. Jogue como uma garota!

MICHELLE LEITE DE BARROS é advogada em Cuiabá.



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