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Opinião
Terça - 02 de Julho de 2019 às 16:26
Por: Onofre Ribeiro

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No dia 29 de junho de 1990 escrevi o primeiro artigo para o Jornal A Gazeta, que fora inaugurado em 5 de maio. Lembro-me do título: “Perdemos lá e cá”. Era uma avaliação da derrota do Brasil num jogo da Copa do Mundo. Perdemos por falta de identidade nacionalista. Desde então escrevi diariamente ao longo de 24 anos.

Nos últimos anos todos os colunistas passaram a ter um artigo publicado por semana. Escolhi a terça-feira.

Trago o assunto, por conta das profundas transformações pelas quais Mato Grosso, o Brasil e o mundo passaram nesses 30 anos. Escrevia os artigos em uma folha de papel usando uma velha máquina de escrever “Remington 22”, portátil. Depois levava a folha ao jornal, na Rua Filinto Muller, onde era digitado em computadores. Uma imensa novidade na imprensa cuiabana. Mais tarde, veio o fax. Mais tarde, lá por 1998 chegou a internet e o e-mail. Em seguida os sites.

Já não se pensa como se pensava em 1990. Nada funciona como funcionava então. Mudou o Estado. Mudaram as pessoas

Fui publicando todos os artigos no site www.onofreribeiro.com.br ao longo desse tempo. Os anteriores também foram incluídos. É um relevante espaço da história econômica, política, social, cultural e vivencial de Mato Grosso, de Cuiabá, do Brasil e do mundo. Lá se foram mais de 7 mil artigos. Muita coisa boa. Muita coisa mediana. Muita coisa inoportuna. Enfim, ninguém erra sempre e nem acerta sempre.

Em 1990, a palavra mais forte da economia era “agribusiness” para uma agricultura pouco relevante. Em 2019, virou agronegócio para uma economia muito forte e tecnológica. Foi construída nesse espaço de 30 anos.

Nesses 30 anos pouca coisa se conservou. Os avanços e as transformações foram muito grandes. Cidades irrelevantes como Sinop, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Primavera do Leste, Campo Verde, Água Boa, Canarana, pra citar apenas algumas, saíram do quase anonimato para a primeira página da importância urbana no estado.

A população do estado cresceu perto de 50 por cento e mudou completamente de perfil.

Já não se pensa como se pensava em 1990. Nada funciona como funcionava então. Mudou o Estado. Mudaram as pessoas. Mudaram as expectativas e mudaram os cenários. Na prática, viajamos no tempo muito mais do que os 30 anos cronológicos dos meus artigos.

Encerro este registro lançando o desafio de chamar o leitor pros próximos 30 anos. Seguramente não estarei mais aqui. Mas imagino com otimismo o que dirão os meus sucessores sobre os tempos de agora e os do futuro. Quem sabe...? Seja como for, passou pelas nossas mãos de ontem e de hoje.

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso



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