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Opinião
Quinta - 04 de Julho de 2019 às 10:47
Por: Onofre Ribeiro

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Na semana passada fui convidado pelo amigo Junior Macagnan, do Partido Novo, pra uma conversa de ideias com membros do partido. Gratas surpresas. Uma delas: o partido funciona na casa onde morou meu querido e inesquecível amigo Domingos Iglesias Valerio, o homem que mais conhecia de rios e de águas em Mato Grosso.

Outra grata surpresa: uma platéia de 30 pessoas, a maioria absoluta de jovens. A conversa foi sobre Cuiabá, seus cenários políticos e econômicos atuais e futuros. Traçamos um perfil de Cuiabá a partir do surgimento de Brasília, quando a cidade cortou os seus vínculos com o Rio de Janeiro,. Onde se formavam os jovens profissionais cuiabanos. Brasília trazia outra vertente do pensamento novo do Brasil. O pensamento político aos poucos sairia do litoral colonizado por europeus e se fixaria ao longo do tempo no coração do Brasil. A ideia dos que conceberam Brasília era a de que no centro do país nasceria aos poucos uma nova civilização brasileira, sem ranços externos e nem a cultura colonial que impregnava os litorâneos.

Os partidos políticos brasileiros não são partidos. São empresas disfarçadas com interesses na política pra fins comerciais

Nossa conversa evoluiu por mais de duas horas com intenso debate. O mais curioso é o desejo dos jovens de compreenderem os cenários pra poderem interagir ao seu modo e ao seu tempo.

Fechando os debates acabamos nos fixando num ponto central. Os partidos políticos brasileiros não são partidos. São empresas disfarçadas com interesses na política pra fins comerciais. A história recente está aí mostrando claramente.

O futuro que se avizinha diante das transformações humanas, sociais, tecnológicas, culturais e políticas mudarão profundamente todos os comportamentos da humanidade. Logo, a política também mudará pra papeis hoje desconhecidos. Mas isso virá em prazo muito curto. Nesse caso, os partidos tradicionais vão enfrentar o seu inferno astral na medida em que não puderem gerar respostas aos novos anseios da nova sociedade.

O que resta, então, a um partido como o Novo que foge dos figurinos existentes? Defendi com eles a tese de que não haverá outro caminho a não ser transformar o partido numa startup de ideias visando o futuro. As startups estão revolucionando o mundo dos negócios justamente pela coragem de quebrar todas as rotinas atualmente existentes e lançar ideias revolucionárias.

Considerando o corpo jovem dos membros do Partido Novo, é de se esperar uma revolução de ideias. O poder se alcança depois com a revolução das ideias nesse campo partidário tão empobrecido e tão instável da atualidade.

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.



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