Especulações e esperanças Constatei que os cenários de Mato Grosso são fantásticos para o futuro
Nesta última quinta-feira fui convidado pelo deputado estadual Carlos Avalone, junto com outros articulistas: João Edisom, Alfredo Menezes, Vivaldo Lopes e jornalista Karina Arruda, pra uma visita ao terminal ferroviário de Rondonópolis. Estiveram também conosco o ex-presidente da Fiemt, Carlos Antonio de Borges Garcia e o professor de engenharia da UFMT, Luiz Miguel de Miranda, e Francisco Vuolo. O terminal é administrado pela empresa concessionária da ferrovia, a Rumos, que liga Mato Grosso a São Paulo. Na realidade, o terminal é um universo de 600 hectares no mundo das ferrovias. Muito grandioso.
Executivos da Rumos que explora a ferrovia e da Brado, que administra o transportes de containers na mesma ferrovia, fizeram apresentações sobre as empresas. Mas foram os cenários futuros desse tipo de transporte que chamaram minha atenção.
Habituado a escrever sobre economia, política, cenários presentes e futuros de Mato Grosso ao longo dos últimos 43 anos, confesso que não me surpreendi. Apenas constatei que os cenários de Mato Grosso são fantásticos pro futuro. Menos, claro, dentro da estrutura do Estado, onde a semana passou na discussão da greve dos professores que estão há um mês parados sem trabalhar, dos interesses dos chamados poderes, das picuinhas dos deputados, da briga por aumento de impostos do governo e o corte e restituição de incentivos fiscais concedidos nas últimas décadas.
O gargalo de hoje e o mesmo de sempre é a logística que jamais acompanhou a ocupação dos territórios e da produção em todo no Centro-Oeste do Brasil
Constato que existem dois Mato Grossos: um do governo, perdido nos inúteis corredores do serviço público. Outro, vivo que trabalha, ousado e que respira longe das questões palacianas. Este último respira, pensa, avança e trabalha.
As discussões a respeito da ferrovia Rumos são complexas. No primeiro momento, a próxima renovação da concessão do trecho que liga São Paulo ao porto de Santos. A partir dai investe-se lá pra facilitar o escoamento que Mato Grosso puxa com sua produção de grãos, de algodão, madeiras e de carnes, além das cargas gerais que abastecem Cuiabá de produtos de consumo.
O horizonte é extremamente promissor. Passa pelo mercado interno depois das reformas. E olha intensamente pros mercados internacionais. Mas o gargalo de hoje e o mesmo de sempre é a logística que jamais acompanhou a ocupação dos territórios e da produção em todo no Centro-Oeste do Brasil. Em Mato Grosso, então nem se fala!
O papel deste artigo não é de finalidade objetiva. Veio apenas pra mostrar que o ambiente econômico e político próximo de Mato Grosso será desafiador. É promissor. Não tem erro. Mas precisará de estadistas na política e na gestão pública. Pra esse tipo de coisa, o mundo não espera os retardatários!
ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.
Comentários