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Opinião
Segunda - 05 de Agosto de 2019 às 09:20
Por: Onofre Ribeiro

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Nações também amadurecem. Todas demoram longo tempo ao longo da História pra chegarem ao amadurecimento. Algumas sofrem muito nesse processo. A civilização humana caminhou do velho Egito e da China na direção do Ocidente.

A cada passo a História registra as lutas. As posses de territórios. As guerras. A criação de religiões como o islamismo, uma forma de dar unidade às culturas. Israel seguindo a linha pós-civilização egípcia, o império romano conectando o oriente com o ocidente. As grandes navegações portugueses abrindo o mundo através comércio. Muitas lutas, sofrimentos e aprendizado a enormes custos sociais e humanos em todos os tempos.

Graças às navegações as Américas foram incorporadas à civilização ocidental. Porém, acabaram contaminadas com as dores europeias de uma península Ibérica retrógrada mesmo para o século 16. Na época Portugal e Espanha guardavam a essência da Igreja medieval com toda a sua carga de religiosidades e de poder político.

Pras Américas veio toda essa carga seja pelas mãos de religiosos, seja pelas mãos das coroas espanhola e portuguesa, impregnadas do fanatismo religioso. O pior era a carga de um determinismo de fatalidade, tipo: “Deus quer assim...!”. Surgiram colônias e depois nações escravizadas a velhos conceitos que o mundo posterior varreu na Europa e na matriz colonial. Por aqui sobreviveram e ainda sobrevivem. Países retrógrados que não se permitem se civilizar.

O Brasil relata isso tão bem. Criou-se a partir de 1500 como um braço afastado e dominado de uma ambiciosa Coroa portuguesa. Olhando nesse espelho se construiu toda a montagem da vida brasileira em todos os sentidos possíveis. Um país colonial, colonizador de si mesmo, hierarquias sociais e econômicas construídas a partir da exploração da Colônia e depois do Estado. Embora a palavra tenha perdido o seu sentido original, o termo elite configurou-se como uma forma de dominação da população pra que construa uma nação destinada a poucos que a governam e dela retiram suas riquezas familiares.

Em 2018 a eleição presidencial se deu num ambiente de profunda polarização psiquiátrica dessa cultura de séculos. Nação dividida em dois polos sem causa. No meio da causa de poder de ambos, a sociedade quis experimentar um grito de independência numa terceira direção: nós, o povo!

Está aí hoje a luta entre o “bem” e o “mal”. Tudo furado. No fundo luta-se pela divisão do poder e da tomada do Estado pra continuar o beneficiamento dirigido.

Por isso tantos confrontos e tantos debates profundamente vazios.

O amadurecimento pode vir. Mas não virá sem lutas. O ano de 2019 que o diga....!

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso



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