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Opinião
Quinta - 02 de Fevereiro de 2012 às 08:44
Por: Felipe Aquino

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É costume muito antigo da Igreja, invocar a intercessão dos santos, especialmente os mártires, contra as doenças, calamidades e outros infortúnios da vida terrena. Diz a Liturgia que “na presença de Deus intercedem por nós sem cessar”. Por isso, o calendário litúrgico contempla a cada dia a memória dos santos. Até mesmo a Igreja celebra em 1º de novembro a festa de todos os santos, para celebrar também aqueles cujo nome e história não conhecemos.

A tradição da Igreja aprovou a prática dos santos protetores das cidades, dos países, dos profissionais, pelos seus méritos na morte ou na atividade ligada a uma determinada causa. Assim, temos centenas de santos padroeiros de todas as profissões.

No dia 3 de fevereiro, por exemplo, a Igreja Católica dá aos fiéis a Bênção de São Brás para a saúde da garganta, das cordas vocais, etc. Este costume litúrgico tem a sua base já no primeiro século quando a Igreja celebrava a Missa sobre o túmulo dos mártires do Império Romano, pedindo-lhes sua intercessão diante de Deus.

São Brás é padroeiro contra as doenças na garganta, porque, segundo as Atas do seu martírio, a caminho da execução, ele salvou a vida de um menino que estava próximo de morrer por engolir uma espinha de peixe. A mãe apresentou-se ao Santo Bispo com o menino ao colo. Brás levantou os olhos ao céu, suplicou ao Senhor, e logo a seguir o menino expeliu a espinha e ficou são. Contam-se outros milagres parecidos do Santo, de mesma natureza. Com isso a devoção a ele penetrou fundamente no coração do povo cristão.

São Brás foi um santo Bispo, martirizado em Sebaste, na Armênia, no tempo do imperador romano Licínio (308-323), e sua festa litúrgica entrou no calendário romano no século XI, pela grande devoção que começou então a ser-lhe dedicada na de Roma. Em sua honra levantaram-se lá não menos de 35 igrejas.

Seus pais eram ricos e puderam facilitar-lhe os estudos até a especialização em medicina. Já médico, ficou desiludido com os ideais humanos e deu-se inteiramente à perfeição cristã. Retirou-se do mundo e começou a vida solitária de oração e penitência. A fama de Santo espalhou-se na comunidade cristã de Sebaste e, quando houve a morte do bispo, todos o aclamaram como novo pastor. Mesmo sem desejar foi obrigado a aceitar. Segundo as Atas, o seu “palácio episcopal” continuou a ser a cova que antes habitara no monte Argeu. As Atas insistem na força taumatúrgica (milagres) do Santo, em favor dos pobres e enfermos.

Foi detido pelos soldados do prefeito na gruta do Monte Argeu. Trazido à cidade, propuseram-lhe que adorasse os deuses. O Santo negou-se decididamente: "Não quero ser amigo deles, porque não quero arder eternamente com os demônios". Foi açoitado, torturado, submetido aos garfos com puas de ferro e lançado a um lago frio. Por último degolaram-no. Na Rússia é tido como advogado especial nas doenças dos animais, pelos milagres que realizou neles, segundo contam também as suas Atas.

A Benção de São Brás é simples e curta; o sacerdote ou diácono colocam duas velas bentas e cruzadas na garganta de cada fiel e pede a Deus, por intercessão do santo mártir, que a pessoa seja livre dos males da garganta. É um sacramental, que evidentemente depende da fé e devoção da pessoa, mas que têm evitado os males para quem acredita.

Felipe Aquino é professor de física, autor de mais de 60 livros, e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: “Escola da Fé” e “Trocando Idéias” (www.cancaonova.com)



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