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Opinião
Segunda - 26 de Agosto de 2019 às 09:17
Por: Alfredo da Mota Menezes

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O governo estadual terá agora um sistema de monitoramento sobre desmatamento ilegal no estado. Mato Grosso tem que usar esse e outros instrumentos para mostrar que existe compatibilidade entre produção no campo e defesa do meio ambiente. Este é o assunto maior da pauta estadual. Um problema por aí poderia trazer consequências graves para a economia do estado.

Usar também os dados do INPE e até mesmo do exterior para mostrar a realidade da produção no campo. Por exemplo, aquele da NASA, a agência espacial norte americana, chamado Global Croplands ou mapa das terras cultivadas no mundo.

O mais recente mostrou que, somando uso da terra para pecuária (24,2%) e agricultura (7.8%) o Brasil, não só MT, usa 32 % do território nacional. Os EUA com pecuária (29%) e agricultura (17.4%), usam 46.4% do território.

O Brasil, MT no meio, tem o meio ambiente como a grande arma. Tem que saber usá-la. Preserva, mas o que o exterior daria em troca no jogo do comércio mundial?

Os norte-americanos são os grandes concorrentes do Brasil em produção no campo. Se soubessem que existe destruição do meio ambiente, eles não teriam mostrados isso ao mundo para nos empurrar para fora do mercado comprador internacional? Pode ter certeza que eles têm a medição tintim por tintim das terras usadas em Mato Grosso.

Quantos, no Brasil e no exterior, sabem que MT preserva algo como 64% do seu território? Quem lá sabe que o estado produz por hectare, em soja e milho, a mesma coisa que os EUA? E que essa alta produtividade tem raízes na pesquisa científica e que boa parte delas foi feita aqui mesmo no estado?

Teria que ser mostrado ainda que o estado tem cerca de 15 milhões de hectares que podem ser incorporadas ao processo produtivo sem derrubar uma árvore sequer. Qual estado tem isso? Qual país, exceção aos da África, tem esse estoque de terra para produção? O Brasil do litoral ou o exterior sabem disso?

Países tem que ter “armas” para negociações politicas e comerciais. Índia e China têm mercados internos gigantes para chegar à mesa de negociação e pedirem reciprocidade. Outros têm arma atômica ou posição geoestratégica. O Brasil, MT no meio, tem o meio ambiente como a grande arma. Tem que saber usá-la. Preserva, mas o que o exterior daria em troca no jogo do comércio mundial?

É burrice o ponto de vista de gentes do agro de que não estão nem aí sobre esse falatório de meio ambiente porque o mundo não pode prescindir da produção nacional. Na década de 1970, Richard Nixon, presidente dos EUA, criou medidas protecionistas na venda da soja que não agradaram o Japão. Os japoneses não podiam ficar dependentes de lá, vieram para cá. Motivo para a ascensão da soja aqui. E se outros países fizerem hoje a mesma coisa indo para a África?

Para terminar, uma pitada de pimenta: como vai ficar esse assunto de acabar com a Lei Kandir na Reforma Tributária? Se ocorrer seria cobrado um percentual na exportação de bens do campo. Qual o tamanho desse percentual? Por produto? Único nacional ou por estado? Vixe.

ALFREDO DA MOTA MENEZES é analista político.



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