Paulicéia Amada
Só Deus pode amar tantas pessoas diferentes ao mesmo tempo, de forma a não excluir ninguém! Esta verdade sempre me socorre quando estou em meio a multidões como na cidade de São Paulo. A “Paulicéia” pode aparentar frieza e impessoalidade, mas na verdade ela é também pequena e consagrada na origem, nome e profecia.
Isso porque se o significado etimológico de santo ou são, recebeu no mundo bíblico um significado plural, variando de «separado», «consagrado», até «puro», na equivalência hebraica significa «amado». Já o nome Paulo, vem do latim que significa: «pequeno». Quando damos a devida atenção ao nome da cidade aniversariante, podemos pensar que ela tenha perdido totalmente o seu conteúdo profético. Entretanto, se levarmos em consideração a tradição das Sagradas Escrituras, o nome não é somente identificação e delimitação, mas também profecia, por isso mesmo vocação.
Assim, São Paulo demonstra que também pode ser compreendida e amada em cada particular. No mosaico é cada pedacinho colorido que faz da peça grandiosa e bela no conjunto. São Paulo é assim: a união de raças, culturas, regiões do país e nações fazem da cidade especial, uma Paulicéia amada!
Quando compreendemos essa aspecto indelével da cidade, de reunir e unir diversidade em um mesmo espaço, torna-se impossível não lançarmos sobre a aniversariante um olhar de gratidão a Deus. Não é por acaso que neste mesmo dia, a Igreja Católica festeja a conversão histórica do grande perseguidor do Cristianismo. São Paulo foi o apóstolo dos gentios (não israelita), pois levou o Evangelho a diferentes povos, de diferentes culturas, unindo-os em torno da Boa Nova da Misericórdia e da Verdade trazida por Jesus, principalmente pela sua teologia escrita.
Devido às raízes cristãs católicas da aniversariante, vale também à pena recordar a Palavra que Deus dirigiu ao patrono da cidade, o pequeno amado, o apóstolo São Paulo, quando suplicada por alívio em meio à provação e tentação: «Basta-te a minha graça; pois é na fraqueza que a força se realiza plenamente» (2 Cor 12, 9). Uma revelação que bem pode ecoar da pessoa de São Paulo à cidade aniversariante, que comporta tudo de tudo, inclusive o melhor que o ser humano pode viver: o amor que edifica para além dos edifícios!
Na origem e etimologia do seu nome está o segredo para enxergar São Paulo como uma cidade de Deus, bem diferente da atitude fechada ao transcendente, própria do secularismo. É esse olhar renovado que a cidade merece. Um olhar de fé capaz de iluminar os dias, tardes e noites paulistanas durante todo o ano. Este é um ótimo e possível presente que todos que nela passam ou habitam podem dar a São Paulo!
*Pe Fernando Santamaría é missionário da Comunidade Canção Nova
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