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Opinião
Quarta - 06 de Novembro de 2019 às 09:22
Por: Gisele Nascimento

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A caminho de um compromisso, o velocímetro marca 120 km/h. A rodovia é a 251 que liga Cuiabá à Chapada dos Guimarães-MT. O relógio marca 09h28min da manhã de quinta-feira do dia 31 de outubro de 2019, os pensamentos vão e vem, no sentido da conveniência de escrever este artigo.

Parei o carro. O compromisso só era às 10 horas da manhã. Dava tempo. O momento é de puro silêncio e reflexão. Comecei a escrever. No carro estávamos eu, a minha bolsa, alguns materiais de expediente e a minha coragem, embalados pela melodia de RC.

A contextualização serve apenas para compartilhar com vocês o momento e, em que condições este texto foi redigido. A intenção é apenas de externar como é fortalecedor e tende a ser próspero, quando fazemos o que gostamos.

À advocacia é uma profissão liberal e qualquer um, desde que preenchido os requisitos podem exercê-la. Ela é livre e dona de si, de forma que não nos brinda com qualquer estabilidade, muito pelo contrário.

A questão é que nem todo mundo gosta de exercer às profissões de risco, e, é por isso, que muitos profissionais do direito vão prestar certames públicos e desse cargo nunca mais abrem mão, vez que é muito mais fácil manter-se na zona de conforto, de ter um fixo garantido todo fim de mês, a ter que ir para o campo da batalha da caça de mercado.

A advocacia contemporânea não nos permite mais ficarmos sentados em nossos escritórios esperando o cliente chegar. Os tempos, assim como os clientes mudaram, e os profissionais que pararam no tempo, continuarão parados, esperando o que? Me conta depois.

O momento é de pegar a estrada, abrir novas frentes, “”arregaçar as mangas” e abraçar à causa. Por isso digo, que para exercer a advocacia hodiernamente é para pessoas corajosas/ousadas/destemidas/curiosas e criativas.

Têm muitos por aí, que se formam em direito e após se depararem com a realidade cruel da advocacia, desistem, e partem em busca de outras profissões, vão ser empresários, vendedores, donas de casa, empreendedores, coach, uber, etc; outros fazem nova faculdade e têm outros ainda, que perambulam por outras profissões, não se encontram, e voltam a fazer “bicos” na advocacia. Vixi!

Por isso, volto a dizer, ser advogado (a) em tempos atuais é para pessoas corajosas, que sabem usar dos instrumentos da sabedoria e paciência para poder semear, todavia, digo, não é fácil. É preciso esperar o tempo agir.

Até porque, a advocacia não tem glamour algum, embora alguns profissionais andem sempre com os looks ternos e gravatas.

No exercício da profissão é cada aperto que se enfrenta, que é de afrouxar as gravatas, para poder respirar fundo e buscar coragem para seguir, frente às vicissitudes e dúvidas de mercado acerca da profissão.

Igualmente, não há status algum, embora, a advocacia seja essencial à justiça nos termos do que assevera à Constituição da República.

A estrada da advocacia é onde o mercado te chama e para lá que você tem que ir, e sem medo.

O medo é o maior limitador do ser humano, é ele quem nos assombra e constantemente nos atrapalha. O momento é também de lutar contra os nossos medos e não deixar que ele tome conta das nossas ações e pensamentos.

Exerço a minha profissão com muito brilho nos olhos, com entusiasmo, vontade, dedicação, etc, combustíveis que considero fundamentais para abastecer a motivação necessária para a luta de todos os dias. É preciso entregar-se.

É isso o que sinto quando exerço a minha profissão, e, é o que sinto também, quando escrevo os artigos. Me entrego intensamente a àquele momento! Amo o que faço!

Como dito alhures, a profissão é liberal, porém, a responsabilidade do profissional deve ser essencial, devendo sempre ser pautada pela ética, pelo comprometimento e volto a dizer, ser franqueada com muito brilho nos olhos, como sendo aquele cliente o mais importante da sua vida. Acho que era isso o que trafegava em meus pensamentos. Finalizei o artigo. Voltei a dirigir. Ah, o compromisso!

Gisele Nascimento é advogada em Mato Grosso.



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