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Opinião
Domingo - 10 de Novembro de 2019 às 14:00
Por: Francisney Liberato Batista Siqueira

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Em setembro de 2019, fiz um tour por Lisboa, em Portugal. Ao chegar naquela cidade, solicitei um carro no aplicativo Uber, para me deslocar até o hotel.

No trajeto, iniciei uma conversar com o condutor, que prontamente começou a tecer elogios à cidade, relatando sobre a excelente organização, civilização, segurança e receptividade do povo português.

Após todo o arsenal de adjetivos ditos, fiquei impressionado e muito animado. Em decorrência daquela tão esplendida propaganda, resolvi observar detalhadamente a cidade, a qual iria desbravar. Percebi então que, apesar de ser um lugar a qual possuía suas qualidades, não retratava tudo aquilo que aquele senhor havia descrito.

É notório que, as percepções, variam de pessoa para pessoa, mas para mim não condiziam com aquilo que o senhor havia falado. O fato é que, o olhar daquele homem sobre a sua cidade, tão racionalmente avaliada por mim, tinha um valor inestimável para ele. Era o lugar onde ele havia nascido, e desde então, o lugar em que o abrigava e lhe dava sustento.

Será que devemos, sempre, pensarmos mal de tudo, reclamando das circunstâncias e brigarmos com as pessoas? Será que é possível reprogramar a nossa forma de pensar?

Fiquei pensativo sobre aquele cenário que, tão fortemente me impactou, e me indaguei “Por que não posso ter a mesma atitude?”.

Em nossa vida, às vezes, estamos voltados e habituados a falar bobagens das pessoas. A criticarmos o lugar onde moramos. A reclamarmos do governo. A reivindicarmos melhorias na saúde, educação e segurança. A protestarmos contra o chefe. A queixarmos do professor. A zangarmos com os parentes e familiares e até vociferar o nosso próprio eu, sempre numa posição de comparação com o outro. Sabe aquela história de que a grama do vizinho é sempre mais verde?

Por que não pensamos e agimos de formar diferente, como fez aquele senhor de Portugal? Que independente das mazelas que acomete a sua cidade, os seus olhos estão voltados para a gratidão e patriotismo.

Será que devemos, sempre, pensarmos mal de tudo, reclamando das circunstâncias e brigarmos com as pessoas? Será que é possível reprogramar a nossa forma de pensar? Será que somos felizes pensando e vivendo desse jeito?

Aquele distinto cidadão português, me ensinou algo tão simples e maravilhoso. Creio que agindo como ele, a vida pode ser melhor e mais sadia. Não adianta sermos oposição a tudo. Reclamar não resolverá os nossos problemas e, principalmente, mudar a nossa realidade.

O nosso país é maravilhoso. Os brasileiros são pessoas acolhedoras e receptivas. Temos tudo para sermos uma nação próspera e mais justa. Temos tudo para pensarmos melhor do nosso Estado e das pessoas com quem nos relacionamos, apesar de todos os problemas, pois eles sempre existiram.

A mudança proposta, acontece de dentro para fora, no íntimo de cada ser humano, na busca em ser o melhor a cada dia. Somos ricos em todos os aspectos, consegue perceber isso? Se ainda não, quem sabe seja uma ótima oportunidade para você rever os seus conceitos.

FRANCISNEY LIBERATO BATISTA SIQUEIRA é secretário de Controle Externo e auditor público externo do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso.



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