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Opinião
Segunda - 16 de Março de 2020 às 06:18
Por: Renato de Paiva Pereira

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Não há razões para massacrarmos o Governo pelo fraco crescimento do o PIB do ano passado, mas há motivos de sobra para culparmos o Presidente Jair Bolsonaro pelo baixo crescimento econômico no ano de 2019.

Digo que não devemos culpar o Governo porque este na média é bom e esta acertada escolha é um grande mérito que não devemos tirar do Presidente.

Os ministérios da Economia, Infraestrutura, Agricultura, Saúde se destacam, mas parece que o presidente escolheu essa turma boa justamente para poder dedicar-se infantilmente aos caminhoneiros, indígenas, homossexuais, jornalistas e estudantes, paparicando uns e atacando outros, oferecendo circo aos seus seguidores mais fanáticos.

Ele tem prejudicado a turma de remadores (Guedes, Tereza Cristina, Mandetta, Tarcísio) que impulsiona a canoa contra a correnteza, criando confusões com a Câmara e o Senado, responsáveis por aprovar as mudanças inevitáveis.

Não há razões para massacrarmos o Governo pelo fraco crescimento do o PIB

A reforma da Previdência poderia ter sido liquidada no começo do ano passado, iniciando um período positivo para o País, mas foi se arrastando até que o Presidente topasse negociar as emendas parlamentares, expediente que ele nega.

Aliás, emendas parlamentares não são necessariamente antiéticas como sabe o Presidente, ou pelo menos deveria saber, posto que ficou 28 anos na câmara convivendo com os deputados federais.

Esta semana estamos sob uma violenta crise mundial fruto do alastramento da Convid-19 aliada a uma briga inoportuna e inconsequente entre a Rússia e a Arábia Saudita que deteriorou o preço internacional do petróleo e junto com ele o valor das ações negociadas em bolsas do mundo inteiro.

A crise é tão grave que provavelmente vamos ter que reajustar para baixo a previsão de crescimento do PIB para esse ano de 2020.

O governo não pode, claro, entrar na briga dos produtores de petróleo, nem consegue evitar o alastramento do Coronavírus no País, embora possa reduzir seu ritmo. Mas é um bom momento – dado à urgência -para selar um pacto com o Congresso e aprovar rapidamente as reformas Administrativa e Tributária para dar um novo alento à nossa débil economia.

Essa é uma forma de tirar algum proveito da péssima situação atual. O jeito de piorar o que já está ruim é continuar em franco confronto com o Legislativo e o Judiciário.

Existe uma reforma ideal, mas ela nunca será alcançada. Primeiro por conta da oposição que torce e se esforça para minar o governo – qualquer governo - e também porque pessoas diferentes pensam de forma diversa. A reforma possível é a que o Congresso está disposto a aprovar e com essa é que devemos nos conformar e seguir em frente, dando o passo que cada momento permite.

Uma coisa é certa: Se o governo continuar estimulando o povo a afrontar os parlamentares, estes para se vingar jogarão pedras no caminho do Presidente, como fizeram ampliando o BPC (Beneficio de Prestação Continuada) na última quarta-feira.

Também convém não esquecer que montado em um PIB alto o PT ganhou três eleições e que a Dilma foi defenestrada não por conta das pedaladas, mas porque não conseguiu manter o crescimento econômico.

Renato de Paiva Pereira é empresário e escritor.



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