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Opinião
Segunda - 26 de Dezembro de 2011 às 10:29
Por: Dirceu Cardoso Gonçalves

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O Corinthians - que nos anos 80 inovou com a “democracia” do dr. Sócrates  e hoje constrói seu novo estádio projetado especialmente para a Copa do Mundo – prepara agora o caminho para a China. Até março deverá ter um chinês entre seus jogadores e, com isso, tornar-se-á o primeiro clube brasileiro a despertar interesse junto à emergente população chinesa, de 1,4 bilhão de habitantes. É, sem dúvida, uma grande jogada econômica, pois a China “invade” o mundo com seus produtos industriais e negócios no mercado financeiro mas, em contrapartida, tem em seu território um mercado gigantesco e ainda inexplorado. Quem, com inteligência, chegar primeiro, tende a ganhar.

As mudanças liberalizantes do governo chinês – que continua comunista mas tem todas as características capitalistas – levaram aquele país a sacudir a economia de todo o mundo, exportando produtos a preços infinitamente menores do que os apurados nos outros países. Os produtores de calçados, têxteis e brinquedos brasileiros sentem isso há anos e mais recentemente o fenômeno também é registrado na indústria automobilística e de maquinários. Os chineses chegam e desbancam os produtores locais ou os obrigam a buscar novos e mais produtivos métodos para manter a competitividade. Mas, em contrapartida, possuem o maior mercado do mundo, ainda virgem de muitos insumos ocidentais. O Corinthians é o primeiro brasileiro que se atreve a fazer o caminho inverso. Através de sua camisa, das placas nos estádios em seus jogos e da publicidade na transmissão, os seus patrocinadores nacionais e até estrangeiros vão desembarcar na China.

A partir do momento em que o campeão brasileiro tiver um jogador chinês no seu elenco, será motivo de interesse da população chinesa, visto que o futebol já é um esporte bem avaliado naquele país. Não devemos esquecer que o futebol brasileiro é pentacampeão mundial e isso valoriza qualquer jogador que aqui venha atuar. Pelos canais da negociação não será difícil transmitir os jogos para o sistema chinês de televisão e de, através de esquemas internacionais, realizar jogos-espetáculo do Corinthians em território chinês, no mesmo esquema que  Paul McCartney, U2, Lady Gaga e outros “pops” internacionais fazem no Brasil e ao redor do mundo. Além de amealhar excelentes bilheterias, ainda faturam alto em publicidade e rendas vindas do meio eletrônico de transmissão.

Com essa investida rumo ao Oriente, independente de ter ou não bons resultados, a diretoria corintiana dá um exemplo de atualização e modernidade. Já está absolutamente provado o avanço chinês em todo o mundo. Então, para não ficarmos apenas no pólo negativo do negócio, temos de atuar nos diversos segmentos, também oferecendo os nossos produtos ao mercado chinês. E, apesar de todos os contratempos e  dissabores dos últimos anos, o futebol ainda é, com certeza, a maior grife brasileira. Ela, agora, será colocada à disposição para chinês ver e, com uma boa administração, pode nos trazer boas divisas...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

aspomilpm@terra.com.br    



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